Para vizinhos, supostos terroristas sofreram lavagem cerebral

Já de acordo com parentes, jovens eram católicos e estariam em Miami trabalhando na construção civil

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pessoas que moravam próximo ao depósito em que viviam os supostos terroristas acusados de formar um complô para destruir a Sears Tower, em Chicago, descreveram os acusados como muçulmanos negros que tentavam recrutar jovens para seu grupo. Tashawn Rose, de 29 anos, afirmou que eles tentaram recrutar seu irmão caçula e seu sobrinho para freqüentar aulas de caratê. Ela disse que conversou com um dos homens há um mês. "Parecia que eles tinham sofrido lavagem cerebral. Eles disseram que tinham doado suas vidas a Alá." Moradores disseram que agentes do FBI passaram várias horas na vizinhança mostrando fotos dos suspeitos e buscando informações. Eles disseram que os homens viviam no local há cerca de um ano. Benjamin Williams, de 17 anos, afirmou que o grupo às vezes andava com crianças pequenas. Outras vezes, ele acrescentou, os homens "cobriam suas faces. De vez em quando eles colocavam coisas em suas cabeças, como turbantes". A segurança da Sears Tower, um ponto de referência de Chicago, aumentou muito após os ataques de 11 de Setembro, e o 103º andar permaneceu fechado por cerca de um mês e meio. Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, o superintendente da polícia de Chicago, Phil Cline assegurou aos moradores que o armazém estava seguro e nenhum explosivo foi encontrado na cidade. "De nossas investigações aqui, ajudando Miami, não detectamos nenhuma ameaça real à Sears Tower", afirmou. Os membros do bando foram identificados como Patrick Abraham, ou "Irmão Pat"; Burson Augustin, ou "Irmão B"; Stanley Grant Phanor, ou "Irmão Sunni"; Naudimar Herrera, ou "Irmão Naudy´´; Lyglenson Lemorin, também conhecido como "Irmão Levi" ou "Irmão Levi-El"; e Rotschild Augustine, ou "Irmão Rot". Lemorin foi preso em Atlanta. Depoimento dos parentes Joseph Phanor, pai do réu Stanley Grant Phanor, o "Irmão Sunni", disse que não acredita em "nada que dizem sobre" seu filho estar envolvido em um complô terrorista. "Esse menino, ele não é um menino violento. Ele nunca entrou em encrencas (...) Ele nunca quis matar pessoas", afirmou Phanor à Associated Press. Segundo ele, seu filho e amigos estudavam a Bíblia juntos em Miami. "Tudo que sei é que eles têm um trabalho no ramo da construção. Isso é tudo o que ele me contou." A mesma informação foi confirmada pela irmã de Lyglenson Lemorin, o "Irmão Levi". De acordo com Gina Lemorin, seu irmão estava Miami trabalhando na construção civil. Para ela, Lyglenson é inocente. Uma pessoa que os réus acreditavam ser um membro da Al-Qaeda - mas que mais tarde revelou-se um informante da polícia - deu ao líder do bando, Batiste, uma câmera de vídeo digital. Segundo Batiste, ele a usaria para gravar imagens de um edifício do FBI localizado em Miami. Em um encontro ocorrido em 26 de março, Batiste e Burson Augustin deram ao "membro da Al-Qaeda" fotografias do prédio do FBI e vídeos de outros edifícios governamentais em Miami. Nesse dia eles discutiram o complô para bombardear o prédio do FBI. Porém, em 24 de maio, Batiste falou ao "representante da Al-Qaeda que estava tendo atrasos devido a vários problemas dentro de sua organização". Batiste disse que, apesar de tudo, queria continuar com sua missão e com seu relacionamento com a Al-Qaeda.

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