Paraguai: conflito entre polícia e grupos de ´sem-teto´ fere 27

Objetivo do protesto era reivindicar cumprimento do acordo firmado com presidente

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Por Agencia Estado
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O conflito entre a polícia paraguaia e centenas de "sem-teto" nas proximidades da residência presidencial de Assunção deixou 27 feridos, na terça-feira, 27, dois deles em estado grave, informaram as autoridades locais. Médicos relataram que entre os feridos encaminhados ao serviço de Emergências Médicas estão Eduardo Silgüero, de 45 anos, com ferimentos de bala na coxa e um homem de 60 anos com fratura em uma das pernas. Já a polícia disse que três agentes ficaram feridos e nove pessoas foram detidas, após os distúrbios ocorridos quando os manifestantes tentaram ultrapassar a barreira de segurança. "A polícia estabelece parâmetros para a manifestação; acho que nessas circunstâncias a atitude irracional veio deste grupo", declarou o ministro do Interior, Rogelio Benítez, explicando que o lugar onde aconteceu o conflito é vedado a manifestações. Integrantes de sete organizações de "sem-teto" enfrentaram o batalhão de choque nas imediações de "Mburuvicha Róga", residência oficial do chefe do Estado. "Viemos pedir a atenção para as nossas reivindicações, mas surgiu a ordem e a polícia começou a nos reprimir e a disparar contra nós com projéteis de borrachas. Vários companheiros foram levados em urgência", disse aos jornalistas um dos dirigentes dos "sem-teto", cujo nome não foi revelado. Os manifestantes responderam à agressão dos policiais com pedras e paus, segundo as imagens da televisão local. O protesto tinha como objetivo reivindicar o cumprimento do "Programa de Regularização contra a Fome do Território Nacional", que as organizações dos "sem-teto" haviam acertado em setembro passado com o presidente, Nicanor Duarte. O líder do agrupamento, Blas Vera, explicou que o programa, que inclui a assistência humanitária para sete assentamentos precários, devia ter sido executado através da Secretaria de Ação Social, mas que até o momento não foram obtidos resultados. Nesse sentido, os manifestantes solicitaram a renúncia da ministra de Ação Social, Judith Andraschko, que chamaram de "inoperante e incompetente", e finalmente anunciaram a desmobilização após confirmar que serão recebidos por Duarte na quinta-feira, 29.

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