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Paraguai prende 17 pessoas de origem árabe

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia do Paraguai prendeu nesta sexta-feira, na fronteira do país com o Brasil, 17 pessoas de origem árabe com documentos falsos e suspeitos de fazer parte de grupos ligados a extremistas. Um casal, que está na relação de procurados fornecida pela Polícia Criminalística Internacional (Interpol), teria fugido para Foz do Iguaçu com a chegada em Ciudad del Este de um grupo das Forças de Operações de Polícia Especializada (FOPE), da Polícia Nacional paraguaia. Uma das prisões aconteceu em Ciudad del Este, enquanto que as demais em Encarnación, no departamento de Itaipú, que faz fronteira também com a Argentina. Segundo o procurador-geral de Justiça do Paraguai, Marcos Alcarraz, que acompanhou pessoalmente todas as operações, Abdul Bari Mridha, que estava em uma loja em Ciudad del Este, é suspeito de ser Adel Abdul Megid Abdel Bary, procurado pela Interpol por envolvimento em um ataque terrorista, há alguns anos. ?Ele estaria vinculado a outro ataque, não o relacionado ao que ocorreu em Nova York e Washington?, afirmou Alcarraz. Na relação enviada pela Interpol para as autoridades paraguaias estão ainda Wissan Attoui Attoui e Souzan Ali Kasttmar, que ficam em trânsito constante entre Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai. Os dois não foram encontrados em nenhuma das buscas feitas durante todo o dia pela FOPE. Segundo Alcarraz, a Polícia Federal brasileira iria ser acionada para tentar localizar o casal, que teria cruzado a ponte da Amizade ? que une os dois países ? no início da operação do outro lado da fronteira. Segundo o procurador de Justiça do Paraguai, a pessoa presa em Ciudad del Este nesta sexta é suspeito de participação em grupos terroristas, o que é negado pela família de Abdul Mridha. ?Nós viajamos para Londres e para outros países, e nunca houve problema nenhum. Ele não é a pessoa que estão procurando?, afirmou Isolina Cardoso, de 34 anos, com quem Mridha é casado há 14 anos, mesmo período em que fixou residência no Paraguai, vindo de Bangladesh. O casal tem uma loja de aparelhos eletrônicos na Galeria Brasil, no centro de Ciudad del Este. Alcarraz confirmou que a tríplice fronteira é hoje uma área suspeita, o que justifica a operação policial desencadeada nesta sexta. ?As três fronteiras pode estar servindo de suporte financeiro para o terrorismo?, afirmou o procurador, admitindo que uma das suspeitas levantadas pelas autoridades locais é de que muitos árabes usam passaportes colombianos falsificados. A denúncia foi feita à polícia paraguaia pela embaixada da Colômbia em Assunção. Há a possibilidade de parte dos árabes estarem em território brasileiro. Em Encarnación, cidade que faz fronteira com a Argentina, as 16 pessoas presas ? todas de origem árabe ? estavam com documentos falsos ou não tinham qualquer tipo de identificação. Eles estão sendo interrogados nas duas cidades e serão recambiados para Assunção, onde ficarão até a comprovação de que não têm ligações com grupos terroristas. A operação policial deve continuar nos próximos dias e pode acontecer também no Brasil. Nesta sexta-feira pela manhã, representantes da comunidade muçulmana, judia e católica plantaram um pé de ipê roxo no marco da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, para simbolizar a união dos povos e a paz. Participaram da cerimônia o chefe da religião islâmica na região, scheik Taleb Jomaa, e o bispo de Foz do Iguaçu, dom Olívio Aurélio Fazza.

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