Paraguai usa militares para combater a criminalidade

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Por Agencia Estado
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O governo do Paraguai recorreu às Forças Armadas para combater a criminalidade numa das regiões mais movimentadas e violentas do país. Por ordem da Justiça, o Exército está empregando 80 militares armados na aduana e nos arredores de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR). O presidente Luís González Macchi disse que já pensa na possibilidade de usar as tropas em outras regiões do país. O jornal ABC Color, o mais influente diário paraguaio, viu nessa medida indícios de uma nova tentativa de golpe militar que poderia estar sendo articulada. O presidente afirma, no entanto, que o objetivo da medida - adotada em caráter de emergência - é só o de aumentar a segurança no país e apoiar a Polícia Nacional que está com o quadro de pessoal e equipamentos defasados para combater a criminalidade. Os militares estão nas ruas da fronteira desde o fim de semana, reforçando a segurança na segunda maior cidade do Paraguai. O uso das Forças Armadas foi autorizado pelo juiz federal Leonardo Ayala Balmoris, com base numa ação popular do vereador Nícolas Russo. Com cerca de 200 mil habitantes, Ciudad de Este tem o maior índice de violência urbana, com média de cinco assassinatos a cada final de semana. Os rumores de golpe de Estado surgiram porque os militares saíram às ruas antes mesmo que a ordem judicial chegasse às mãos do presidente González Macchi. De acordo com as especulações, a medida estaria sendo usada como bode expiatório para ocultar uma possível tentativa de golpe. O ofício só foi entregue nesta segunda-feira, mas os soldados já haviam iniciado a operação ainda no sábado. Os 80 soldados do Exército foram mobilizados para a operação na fronteira, controlando a entrada e saída de pedestres e veículos pela Ponte da Amizade, que liga Foz e Ciudad del Este. Na abordagem, os militares vistoriam principalmente os documentos pessoais. No domingo, cerca de 300 jovens foram detidos para averiguação em bares da cidade, capital do Departamento (equivalente a Estado) de Alto Paraná.

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