03 de abril de 2016 | 05h00
Ao explicar porque o Paraguai mantém uma situação econômica mais favorável que a dos vizinhos em um momento de recessão, o presidente do Banco Central paraguaio, Carlos Fernandez Valdovinos, não hesita: a capacidade do país em se adaptar aos novos tempos.
Segundo ele, a economia paraguaia sofreu dois choques importantes: as quedas do comércio de fronteira e do preço das commodities. A crise econômica na região, principalmente no Brasil, afetou o comércio de fronteira, especialmente em Ciudad del Leste, causando baixas na arrecadação do país. Além disso, o preço da soja caiu em 40% com a desvalorização de matérias-primas.
Paraguai se abre para restaurar laços
A saída foi encontrar outros motores de crescimento, como a própria indústria. Segundo Valdovinos, em vez de só exportar os grãos, o país passou a processar a soja e exportar óleo. “Hoje, 50% da soja que está saindo é produto industrializado”, afirmou, acrescentando que o mesmo processo aconteceu com a carne exportada.
Contribuem também, segundo ele, o investimento no setor de construção e de serviços. “Criou-se uma classe média que puxou uma demanda de serviços”, defende o presidente do BC paraguaio. “Tudo isso compensou e está permitindo ao Paraguai crescer 3% no pior cenário nos últimos 15 anos para os países emergentes.”
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