Paramilitares estão se rearmando na Colômbia, diz ex-chefes

Carta aberta enviada ao procurador-geral, Mario Iguarán, lamenta ainda a falta de uma programa profissional e educativo para a população de 20 mil marginalizados

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os ex-chefes das desmobilizadas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) afirmaram na segunda-feira que mais de 20 "dirigentes nacionais" e cerca de 300 comandantes intermediários da organização paramilitar avançam no processo de rearmamento. É a "realidade crua do fenômeno do rearmamento que alguns setores de opinião chamam de grupos emergentes", disseram os antigos altos comandantes das AUC, numa carta aberta ao procurador-geral colombiano, Mario Iguarán. A mensagem é assinada por "Macaco", pseudônimo de Carlos Mario Jiménez, porta-voz dos 20 ex-chefes da organização que estão detidos na prisão de Itagüí, localidade próxima a Medellín. Segundo os antigos comandantes, "setores significativamente numerosos de desmobilizados que não se reinseriram, liderados de fora por dirigentes históricos do movimento, estão fortemente comprometidos num processo de volta à violência organizada". Os ex-comandantes disseram que é "preocupante e inexplicável" que as "autoridades desprezem a existência e dimensão do fenômeno num momento crucial para a paz". Além disso, lamentaram a existência no país de "uma população ociosa de 20 mil desmobilizados completamente marginalizados de qualquer opção profissional ou educativa que facilite a sua reincorporação à sociedade".

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