Paramilitares mataram 20 ativistas mexicanos, diz ONG

Para Comissão de Direitos Humanos, em Oaxaca não há garantias para o exercício da liberdade de movimento, de expressão, de manifestação e uso do espaço público

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Comissão Civil Internacional de Observação de Direitos Humanos (CCIDH) afirmou na terça-feira que paramilitares foram os responsáveis pela morte de 20 ativistas no conflito de Oaxaca. Após várias visitas e mais de 350 entrevistas, os integrantes da missão concluíram que existem testemunhos, dados e provas de que as mortes durante o movimento foram responsabilidade dos grupos armados. Segundo a CCIDH, foram 20 mortes. Outras fontes calculam de 11 a 17. O conflito começou em maio de 2006, e em junho houve choques violentos entre manifestantes e policiais. O porta-voz da Comissão, Ignacio García, disse que as mortes não foram conseqüência de confrontos armados, e sim de agressões diretas de grupos de paramilitares e parapoliciais, que atuaram de forma constante contra professores em greve e ativistas da Assembléia Popular do Povo de Oaxaca (APPO). "Não há dúvida da intervenção de grupos paramilitares, o que o governo se recusa a reconhecer", disse. As conclusões preliminares desta ONG dizem que em Oaxaca não há garantias para o exercício da liberdade de movimento, de expressão, de manifestação e uso do espaço público. A Comissão entregará nos próximos dias ao governo mexicano e ao Parlamento Europeu as conclusões sobre as violações aos direitos humanos. O conflito, que começou com reivindicações sindicais, se agravou depois que o governador do estado, Ulises Ruíz, ordenou uma repressão violenta, em 14 de junho. Em resposta, organizações sociais formaram a APPO e exigiram a renúncia do governador.

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