Parciais dão 82% de aprovação à Constituinte no Equador

Presidente equatoriano disse que deseja uma reforma radical na política do país

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Por Agencia Estado
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Com 59% das urnas do plebiscito apuradas nesta segunda-feira, 16, no Equador, 82% dos eleitores apoiaram a proposta do presidente Rafael Correa de convocar assembléia para reescrever a Constituição e eliminar poderes do Congresso considerados como influentes na indicação de amigos em estatais e tribunais. O presidente do Equador disse que deseja uma reforma radical na política do país depois de sua ampla vitória no referendo que lhe dará capacidade de retirar poderes do Congresso, considerado corrupto. "Esta assembléia com amplos poderes poderá reformar o Legislativo, o Judiciário e até mesmo o Executivo", disse Correa, político de esquerda e amigo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Vamos avançar com esta assembléia para ter uma democracia representativa real", disse. Mudanças Popular por confrontar as elites políticas, Correa quer que os legisladores gastem mais tempo em assuntos de seus distritos eleitorais e deseja enfraquecer os partidos tradicionais, que foram essenciais nas quedas de três presidentes na última década. Economistas prevêem que investidores receberão bem a vitória de Correa. Ela pode eliminar o confronto político e elevar os preços dos títulos equatorianos nesta segunda-feira porque o presidente deverá sentir menos pressão para implementar políticas radicais, como cortar pagamentos da dívida, a fim de manter seus índices de aprovação. A vitória clara no referendo deverá dar impulso para Correa manter iniciativas como o fim do arrendamento de uma grande base militar dos Estados Unidos, renegociação de acordos de petróleo e reestruturação da dívida nacional. "Correa e os novos legisladores constituintes têm um mandato muito forte para mudanças e para avançar profundamente em termos de reformas", disse Alberto Ramos, economista sênior da Goldman Sachs, em artigo escrito a partir de Nova York. Oposição Mas a oposição teme que Correa torne-se muito poderoso, centralizando o governo, conforme Chávez fez na Venezuela. O instável cenário político do Equador pode ter outra mudança em setembro, quando haverá uma nova eleição para escolher os 130 membros da assembléia. Inimigos antigos de Correa, como o ex-presidente Lucio Gutierrez, podem ganhar força até lá. "Vou derrotá-lo na assembléia", disse ele à televisão equatoriana. O referendo expôs os problemas políticos do maior exportador mundial de banana. Metade dos legisladores perdeu o cargo no último mês, depois de fazer oposição aos planos de referendo.

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