Parentes de Elián podem processar governo dos EUA

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Por Agencia Estado
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Um juiz federal determinou que os familiares do menino cubano Elián González em Miami poderão processar o governo dos Estados Unidos por uso de força excessiva por parte dos agentes federais, durante a operação para tirar deles o menor, que foi entregue ao pai. O juiz federal Shelby Highsmith rejeitou uma petição do governo para desconsiderar o processo e afirmou que a família teria "supostas evidências suficientes" para "apoiar uma queixa-crime". Não foi marcada data para o julgamento. Segundo Lázaro González, sua esposa Angela e a filha Marisleysis, tios-avós e prima em segundo grau de Elián, os agentes do governo violaram suas garantias constitucionais ao ordenar a operação de resgate do menino, que tinha então seis anos, em 22 de abril de 2000. Os González estão movendo uma ação contra o governo por danos não especificados. Elián e seu pai voltaram para Cuba em junho do ano passado, depois que os González esgotaram todos os recursos legais para que o menino permanecesse nos Estados Unidos. O juiz citou uma sentença anterior sobre uma apelação em Chicago, num caso em que um agente policial da cidade, para cumprir uma ordem de busca e apreensão, supostamente derrubou a porta principal da casa de um suspeito, sem advertência prévia, e apontou um revólver contra a cabeça do indivíduo. O porta-voz do Departamento de Justiça, Charles Miller, disse que o governo ainda não decidiu se apelará da decisão de Highsmith, emitida nesta terça-feira. O juiz disse que Janet Reno, secretária da Justiça na época, e a chefe do Serviço de Imigração, Doris Meissner, não conspiraram para violar os direitos constitucionais dos González ao ordenar a operação. O juiz também considerou legais as ordens de busca e apreensão utilizadas pelos agentes para entrar na casa da família. Não obstante, "isto não representa uma permissão para que o governo utilize força excessiva para o cumprimento de uma ordem", declarou na quinta-feira o advogado da família, Frank Quintero. "Acho que é uma decisão muito boa para nós."

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