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Parentes de mortos em naufrágio revoltam-se no Egito

Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de parentes de passageiros do navio que naufragou no Mar Vermelho atacaram nesta segunda-feira escritórios dos proprietários da embarcação, jogando móveis na rua e destruindo placas da empresa. Em Safaga, a polícia que cuidava da entrada do porto teve que se dirigir ao escritório da empresa e dispersar manifestantes com gás lacrimogêneo. Algumas pessoas foram vistas queimando pneus nas estradas que levavam ao porto, mas os bombeiros logo controlaram a situação. Na cidade de Hurghada, uma multidão se aglomerava no hospital local e ficou irritada quando policiais exibiram fotografias dos corpos recolhidos no mar. A barreira de segurança foi rompida e as pessoas se dirigiram ao hospital mas não conseguiram entrar no prédio. Oficiais concordaram em permitir que pequenos grupos entrassem no necrotério para identificar seus parentes. Desde que o Al-Salaam Boccaccio 98 afundou, causando a morte de mil pessoas na quinta-feira passada, parentes reclamaram e ocasionalmente se rebelaram contra a falta de informação por parte do governo e dos donos do navio. Eles também acusaram as autoridades de não terem agido prontamente nos esforços de resgate. O governador da província do Mar Vermelho, Bakr al-Rashidi, disse na segunda-feira que apenas 388 das mais de 1.400 pessoas a bordo haviam sobrevivido, 13 pessoas a menos que o número citado pela polícia egípcia no domingo. Não houve explicação sobre a discrepância. Segundo o ministro do interior, Habib al- Adili, policiais e civis ficaram feridos durante as manifestações nos hospitais e em duas cidades portuárias. Em Hurghada, os revoltosos atiraram pedras em policiais, quebraram janelas no hospital, destruíram placas nos portos e um carro da polícia. O ministro afirmou que sente pela família das vítimas mas que a violência é injustificável Jornais egípcios acusam o governo do presidente Hosni Mubarak de proteger o dono da balsa, que segundo eles é próximo de um alto oficial do governo.

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