Parentes de vítimas da guerra de 1991 processam Bush pai

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Por Agencia Estado
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Familiares de sete vítimas da Guerra do Golfo de 1991 entraram nesta terça-feira com um processo contra o ex-presidente George Bush, pai do atual presidente, e dois altos funcionários da atual administração dos EUA. O momento escolhido para a abertura do processo está ligado à crise iraquiana e seu objetivo é o de mostrar a ameaça a vidas inocentes representada pela provável nova guerra contra Saddam Hussein, disse o advogado responsável pelo processo aberto pelos familiares das vítimas, Jean-Marie Dermagne. Além do pai de George W. Bush, são acusados na demanda, por suas supostas responsabilidades na Guerra do Golfo, também o vice-presidente Dick Cheney, o secretário de Estado Colin Powell e o ex-comandante Norman Schwartzkopf. A ação se refere ao bombardeio pelos americanos do abrigo antiaéreo de al-Amiriya, em Bagdá, em 13 de fevereiro de 1991, o qual, segundo o Iraque, causou a morte de 403 pessoas, entre as quais 52 crianças e 261 mulheres. A aviação americana atacou o abrigo julgando que ali funcionasse um centro militar iraquiano. "Nossa ação vai além do simbólico", disse Dermagne. "Ela é tão política quanto legal". A iniciativa dos familiares se baseia na lei belga que atribui "competência internacional" aos tribunais do país em matéria judicial, em casos de genocídio e de crimes contra a humanidade. A lei foi aprovada em 1993 e nos últimos anos permitiu a denúncia, perante a corte de Bruxelas, de alguns dirigentes estrangeiros - entre eles, o atual primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, denunciado como responsável pelo massacre de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Chatila, no Líbano, em 1982.

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