21 de novembro de 2017 | 12h22
MAR DEL PLATA, ARGENTINA - A incerteza já se tornou angústia para as famílias dos 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, que desapareceu há seis dias no Oceano Atlântico quando navegava entre Ushuaia e Mar del Plata, a cerca de 400 km da costa argentina. As buscas pelo submarino argentino perdido no Atlântico continuam nesta terça-feira, 21, com uma melhora nas condições climáticas adversas que têm dificultado os esforços das operações de busca, das quais participam sete países.
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A cerca de arame na entrada da base naval de Mar del Plata, onde a embarcação deveria ter chegado na segunda-feira, foi transformada pelos parentes da tripulação em um painel de recados aos desaparecidos, registrando os desejos de que todos retornem às suas casas – ornado por bandeiras da Argentina, onde mensagens aos desaparecidos foram escritas. Uma prancha se surf ostentava o número 44.
“Força, papai, tua família te espera”, afirma uma das mensagens, escrita sobre o azul celeste e o branco da bandeira argentina. Cerca de 100 parentes dos tripulantes aguardam notícias sobre as operações de busca na base naval de Mar del Plata – a cidade abriga a maioria de suas famílias.
“O estado do ânimo em geral é bom. Logicamente que há gente com mais ânimo e gente com menos, mas há um espírito positivo”, afirmou Jorge Villarreal, pai do tenente Vicente Villarreal, tripulante do submarino desaparecido.
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As previsões meteorológicas para esta terça-feira indicam uma diminuição dos fortes ventos do sudeste que sopraram sobre a região das buscas no Atlântico nos últimos dias, em meio a uma forte tempestade que causou ondas de seis a oito metros que tornaram quase impossível vasculhar a superfície do mar.
Durante as últimas 24 horas, as explorações aéreas foram mantidas e os navios envolvidos nas buscas também tiveram de enfrentar tempestade. A operação envolve sete países.
Um ruído do fundo do mar, semelhante ao de ferramentas batendo contra um casco, foi registrado por sonares de barcos argentinos e gerou expectativa por algumas horas – mas, finalmente foi descartada a hipótese de que tenha se originado do submarino desaparecido.
Na quarta-feira, o comandante do submarino havia reportado uma avaria nas baterias e, por isso, recebeu a recomendação de retornar diretamente à base em Mar del Plata. / AFP
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