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Paris admite retomar o diálogo com o Irã sobre programa nuclear

Faltam dois dias para terminar o prazo fixado pelo Conselho de Segurança da ONU para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio

Por Agencia Estado
Atualização:

A França está disposta a retomar o diálogo com o Irã sobre o programa nuclear sem renunciar à exigência de suspensão das "atividades delicadas", como o enriquecimento de urânio, afirmou o ministro de Relações Exteriores francês, Philippe Douste-Blazy. "Devemos promover um diálogo lúcido, concreto e responsável", afirmou o chefe da diplomacia francesa, num discurso a embaixadores reunidos em Paris para uma conferência anual. A dois dias de terminar o prazo fixado pelo Conselho de Segurança da ONU para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio, Douste-Blazy afirmou que o diálogo deve ser retomado de forma rápida e com o objetivo de "encontrar finalmente soluções para o problema nuclear iraniano". O ministro francês respondeu assim às autoridades iranianas, que se dizem abertas ao diálogo. "Sem renunciar à exigência da supressão de atividades delicadas, a França também está disposta a retomar o diálogo", afirmou. O Irã já anunciou que não suspenderá o enriquecimento de urânio, mas propôs abrir "negociações sérias" com o grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e pela Alemanha. Douste-Blazy criticou a resposta iraniana à comunidade internacional, que para ele "não é satisfatória" e "continua sendo ambígua". Teerã "parece ignorar a questão essencial da suspensão das atividades nucleares delicadas, ou seja, o enriquecimento e o tratamento" do urânio, afirmou. Para o chefe da diplomacia francesa, a crise nuclear iraniana põe em risco a segurança da comunidade internacional, a eficácia do sistema multilateral em geral e dos regimes internacionais de não-proliferação em particular, os equilíbrios regionais e a credibilidade dos europeus. Douste-Blazy se reuniu na terça-feira com seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier. Os dois apontaram a necessidade de "dar uma possibilidade ao diálogo", horas depois de o presidente francês, Jacques Chirac, pedir ao Irã "gestos para criar as condições da confiança".

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