"A França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisão americana de sair do acordo nuclear" com o Irã e vão trabalhar "coletivamente" para alcançar um acordo "mais amplo", declarou no Twitter o presidente francês, Emmanuel Macron.
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"Vamos trabalhar coletivamente em um quadro mais amplo" que abarque a atividade nuclear, os mísseis balísticos e a estabilidade do Oriente Médio, informou Macron depois de uma conversa por telefone com as chefes de governo de Alemanha, Angela Merkel, e Grã-Bretanha, Theresa May.
"O regime internacional de luta contra a proliferação nuclear está em jogo", acrescentou em outro tuíte.
Macron não detalhou se os três países europeus que assinaram o acordo de 2015 pensam em continuar aplicando-o. Neste caso, as empresas desses países estariam ao alcance das sanções americanas contra os que comercializam com o Irã, como deu a entender o presidente americano.
O chefe de Estado francês, que se expressou em nome de suas duas contrapartes europeias com as quais falou nesta terça, voltou a colocar sobre a mesa a proposta de negociar um novo acordo com Teerã que responda às inquietações dos Estados Unidos.
Esta proposta, que formulou em sua visita a Washington no fim de abril, aponta para evitar que a decisão americana provoque um "vazio" diplomático que poderia agravar a situação, explicou então.
Ela tem como objetivo ativar a dinâmica de uma nova negociação, hipótese para a qual Donald Trump deixou a porta aberta nesta terça-feira.
Mais cedo, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, também lamentou a decisão dos Estados Unidos e expressou a determinação do bloco em "preservar o acordo".
A alta funcionária europeia, que disse estar "especialmente preocupada com o anúncio de novas sanções", pediu à comunidade internacional que continue implementando o acordo, um apelo que reiterou explicitamente para o Irã.
"Mantenha-se fiel aos seus compromissos, como nós (...) E juntos, com o restante da comunidade internacional, preservaremos o acordo nuclear", acrescentou.
Diante da possível repercussão das sanções sobre empresas europeias, a chefe da diplomacia do bloco expressou a determinação do bloco em "agir de acordo com seus interesses em questão de segurança e proteger seus investimentos econômicos".
Em janeiro de 2016, a UE decidiu suspender suas sanções econômicas e financeiras sobre o Irã, depois de seu governo se comprometer a garantir o caráter estritamente pacífico do programa nuclear iraniano em troca de uma suspensão das sanções internacionais./ AFP