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Parlamentares italianos promovem união gay em presépio

Membros do partido Rosa em Punho colocaram quatro bonecos representando casais gays no presépio oficial do Parlamento, gerando revolta entre colegas

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois parlamentares da coalizão de esquerda que governa a Itália revoltaram outros congressistas nesta quarta-feira por terem acrescentado ao presépio oficial do Parlamento quatro bonecos representando casais homossexuais. Os dois parlamentares, do partido Rosa em Punho, disseram que o objetivo do gesto era promover a legalização do casamento homossexual e garantir o reconhecimento legal a casais não-casados. Bruno Mellano e Donatella Poretti posicionaram os bonecos, ao estilo Barbie e Ken, deitados e abraçados, em meio aos pastores que testemunhavam o nascimento de Jesus na cena da natividade. Os bonecos ficaram poucos minutos no local, pois foram retirados por outros parlamentares rapidamente, e tinham na roupa slogans a favor dos direitos dos homossexuais. "Isso é um duplo ataque, vulgar e inaceitável, tanto contra uma instituição como contra um símbolo religioso", disse um grupo de parlamentares mulheres do partido conservador Força Itália, da oposição, em uma nota. Luca Volonte, integrante do pequeno partido de centro União de Democratas Cristãos, chamou o gesto de um "ataque puro contra a religião praticada pela maioria dos italianos". Alguns oposicionistas exigiram que os dois parlamentares sofressem uma censura por parte do presidente da Câmara. Até o Partido Comunista Italiano, que apóia os direitos dos homossexuais e pertence à coalizão do premiê Romano Prodi, distanciou-se do gesto. Um parlamentar do partido considerou-o "um grave erro político" que não ajudará em nada os homossexuais. Pouco depois do ato, o papa Bento XVI, em seu discurso a peregrinos e turistas no Vaticano, disse que os presépios fazem parte da cultura cristã e têm de ser defendidos. Nas últimas semanas, várias escolas públicas decidiram não montar o presépio, enquanto algumas lojas resolveram não vendê-los, alegando que não são populares.

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