Parlamento britânico inicia debate sobre apoio a Blair

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Parlamento britânico iniciou às 9h30 (hora de Brasília) o debate sobre uma moção de apoio à posição do governo em relação ao Iraque. Num discurso que se estendeu por cerca de 40 miutos, o primeiro-ministro Tony Blair procurou convencer os deputados britânicos a votarem a favor do governo, que defende a participação de suas tropas na ofensiva militar liderada pelos Estados Unidos contra o regime de Saddam Hussein. "O exemplo de Hitler nos ensinou que precisamos enfrentar ameaças antes que seja tarde", disse Blair. "É hora de lutarmos pelo que consideramos certo." Blair também criticou duramente a decisão da França que, segundo ele, ao anunciar o veto a qualquer moção nas Nações Unidas que apresentasse um ultimato ao Iraque, "impossibilitou qualquer possibilidade avanço de uma saída diplomática" através do Conselho de Segurança. O primeiro ministro foi interrompido várias vezes durante a sua fala, com deputados manifestando apoio ou críticas à posição do governo. Ian Duncan Smith, líder do principal partido de oposição, o Conservador, afirmou que apóia a posição do governo na questão do Iraque pois ela "vai ao encontro do interesse nacional". "Quando o governo age corretamente, ele merece apoio", disse Smith. Já o partido Liberal Democrata reiteirou a sua oposição ao envolvimento britânico. A moção de apoio ao governo Blair na questão do Iraque será colocada em votação no Parlamento às 19h de hoje. Até lá, os deputados continuarão reunidos debatendo o tema. Há duas semanas, ao avaliarem a questão, 122 deputados trabalhistas votaram contra Blair. Muitos acreditam que essa rebelião aumentou nos últimos dias, o que poderia criar um constrangimento ainda maior para o primeiro ministro. Mas certamente Blair obterá a aprovação da moção pela guerra, nem que para isso precise de apoio dos votos do partido Conservador. Para que o primeiro-ministro consiga evitar o vexame de se escorar nos votos dos conservadores, menos de 165 deputados trabalhistas precisariam votar contra a guerra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.