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Parlamento canadense rejeita saída do Afeganistão em 2009

Atualmente, 2.500 soldados estão no país, a maioria na província de Kandahar

Por Agencia Estado
Atualização:

O Parlamento canadense rejeitou na terça-feira, 24, uma proposta para encerrar a missão militar canadense de combate no Afeganistão em fevereiro de 2009. O Partido Conservador (PC), do primeiro-ministro Stephen Harper, e o social-democrata NDP votaram contra a proposta apresentada pelo principal grupo da oposição, o Partido Liberal (PL). O Bloco Quebequense (BQ) votou a favor. O resultado final foi de 150 votos contra e 134 a favor. O governante Partido Conservador conseguiu superar a moção graças ao surpreendente apoio dos social-democratas, que solicitaram que as tropas canadenses se retirem de forma imediata do Afeganistão. Em 2002, o governo do então primeiro-ministro liberal, Jean Chrétien, enviou tropas para colaborar na invasão do país. Hoje, cerca de 2.500 soldados canadenses estão no Afeganistão, a maioria na conflituosa província de Kandahar. Desde 2002, o Canadá perdeu 53 soldados e um diplomata no Afeganistão. O crescente número de vítimas canadenses e o aumento da violência no país têm provocado críticas à estratégia do atual governo. O Partido Liberal quer que Harper esclareça os planos para retirar as tropas canadenses até fevereiro de 2009, data em que termina o atual compromisso assumido pelo governo. Os liberais consideram que os soldados canadenses deveriam abandonar sua missão de combate e se concentrar em tarefas de reconstrução. Os partidos da oposição temem que Harper, que desde que chegou ao poder, em janeiro de 2006, tem mostrado uma postura mais agressiva que a de seus antecessores liberais, tente ampliar a missão militar. Um indício seria o recente aumento nas compras de material militar anunciadas pelo governo. Além disso, nos últimos dias têm aumentado as informações sobre supostos casos de torturas de prisioneiros transferidos pelas tropas canadenses às autoridades afegãs. Segundo alguns analistas, o Canadá estaria assim violando a Convenção de Genebra.

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