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Parlamento cubano encerra sessões sem mensagem de Fidel

Cadeira normalmente ocupada pelo líder na tribuna de honra permaneceu vazia

Por Agencia Estado
Atualização:

O oitavo período ordinário de sessões da Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento) cubano terminou na sexta-feira sem um discurso do presidente interino, Raúl Castro, ou mensagem do líder cubano, Fidel Castro. Com a cadeira normalmente ocupada por Fidel Castro na tribuna de honra vazia, Raúl Castro presidiu a sessão pela primeira vez desde 31 de julho, quando seu irmão anunciou que delegava a ele suas funções pelo fato de ter sido operado por uma doença declarada "segredo de Estado". Embora alguns deputados não tivessem descartado a possibilidade de Fidel falar por telefone com a Assembléia antes do encerramento da sessão, como ocorreu com os presidentes das Assembléias Provinciais (principal órgão de Governo provincial) no último dia 15, o contato acabou não acontecendo. As palavras de encerramento do evento foram pronunciadas pelo titular do Parlamento, Ricardo Alarcón, que denunciou "o interesse histórico" das administrações dos Estados Unidos em acabar com a revolução cubana. Raúl, irmão mais novo de Fidel e ministro da Defesa, fez alguns breves discursos durante a sessão, cujo enfoque foi a difícil situação dos setores de transporte e agricultura cubanos. O presidente interino reconheceu que o sistema de transporte esteve a ponto de entrar em colapso. "O transporte praticamente esteve a ponto de colapsar, não sei o quanto estivemos a ponto disso, que é conseqüência de todos estes anos de deterioração. Recuperar isso agora requer muitos recursos, muito tempo", disse Raúl Castro. "Precisamos aplicar uma disciplina rigorosa e indispensável. Sem ela, não avançamos em nada", completou. Numa parte da sessão à qual a imprensa internacional não teve acesso, Raúl Castro afirmou que, além dos setores de moradia e alimentação, o transporte é um dos temas que mais afetam a população cubana. A reunião da Assembléia começou com o anúncio do ministro da Economia e Planejamento, José Luis Rodríguez, que a economia cresceu 12,5% durante 2006, de acordo com os dados de medição da ilha - que outorgam um valor ponderado aos serviços médicos e esportivos que recebe a população, entre outros. As autoridades cubanas fizeram uma análise crítica do desempenho da economia e da capacidade produtiva do país. O próprio Rodríguez afirmou que "estes resultados são insuficientes para conseguir a satisfação das necessidades do povo e assegurar o desenvolvimento".

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