SYDNEY - O Parlamento do Estado australiano de Victoria, no sudeste do país, legalizou nesta quarta-feira, 13, o uso medicinal de cannabis e se transformou no primeiro território da Austrália em adotar esta legislação.
A ministra da Saúde do Estado de Victoria, Jill Hennessy, anunciou que as crianças com epilepsia severa serão os primeiros a ter acesso legalmente a este tipo de assistência a partir de 2017. "Começaremos com as crianças com epilepsia severa, cujas vidas tiveram uma melhora significativa com o tratamento à base de cannabis, porque elas frequentemente não chegam à idade adulta", afirmou Hennessy.
"Acredito que agora e a essa idade é injusto e inaceitável pedir a um pai que decida entre obedecer a lei (que proíbe a cannabis) ou atuar conforme os melhores interesses de seus filhos", afirmou a representante estatal.
O acesso aos remédios - aplicados em uma variedade de formas como tinturas, óleos, cápsulas ou vaporizadores - será feita de maneira gradual e também estará disponível de maneira eventual para cuidados paliativos e pacientes com HIV, informou o canal ABC.
As autoridades de Victoria começarão em breve a testar o cultivo em pequena escala sob estrita vigilância e criarão um escritório de cannabis medicinal para supervisionar a produção dos remédios, educar médicos e pacientes sobre suas funções e estabelecer os requisitos para receber os tratamentos.
Além disso, uma entidade independente os assessorará em relação à introdução de cannabis com fins medicinais, que é legalizada em mais de 21 Estados nos EUA, acrescentou a fonte.
A medida adotada em Victoria segue a decisão do Parlamento da Austrália de aprovar em fevereiro o cultivo de cannabis com fins medicinais e científicos. Outros Estados do país podem se unir em breve à decisão.
As pesquisas, entre elas os resultados publicados em 2015 no Journal of the American Medical Association, mostram que a maconha tem efeitos positivos para o tratamento da dor crônica. No entanto, existem dúvidas sobre os efeitos secundários, e a questão de sua eficácia continua sendo um tema mundialmente polêmico. /EFE