CAIRO - O Parlamento do Egito reuniu-se nesta terça-feira, 10, desafiando o Exército e a Suprema Corte do país. A sessão foi curta - apenas cinco minutos - e em votação rápida a Casa concordou em buscar uma opinião legal sobre a decisão que invalidou as últimas eleições.
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A volta dos parlamentares deve aumentar a tensão entre os militares e o novo presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Os generais prometeram que iriam defender a decisão judicial que dissolveu o Parlamento, devido a supostas ilegalidades no pleito que elegeu seus membros.
A atmosfera de crise vêm crescendo desde que Morsi emitiu uma ordem no domingo convocando os 508 parlamentares. O presidente do Parlamento, Saad el-Katani, afirmou que a sessão teve o objetivo de encontrar maneiras de implementar a decisão da Justiça, e não debatê-la, em respeito aos princípios de "supremacia da lei e separação dos poderes". Mas ele apresentou um plano de procurar uma "segunda opinião" em um tribunal de apelações.
A Suprema Corte afirmou que um terço dos parlamentares foi eleito de forma irregular. O pleito deu uma ampla maioria aos islamitas. Morsi e Katani são membros antigos da Irmandade Muçulmana, o grupo fundamentalista que há muito tempo tem estado em desacordo com os governo militares.
Na segunda-feira, o Exército fez o seu único comentário público sobre a disputa, ameaçando o presidente de forma velada ao dizer que as forças armadas estão ao lado da "Constituição, legitimidade e da lei".
Com AP