O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira o plano apresentado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para receber 120 mil refugiados sírios, iraquianos e eritreus nos próximos dois anos.
A criação das cotas nacionais depende agora da reunião do Conselho Europeu de chefes de Estado e de governo, no dia 14, para entrar em vigor. Além do acolhimento aos estrangeiros, Bruxelas pretende investir € 1,8 bilhão na África para enfrentar as causas da imigração.
Em Estrasburgo, os deputados aprovaram por 432 votos a favor e 142 contra o plano de Juncker de refúgio para 120 mil pessoas que chegaram aos territórios da Itália, da Grécia e da Hungria, assim como o mecanismo de cotas que os distribuirá pelos 28 países da UE.
O sinal forte do legislativo europeu reforça a tendência de que os chefes de Estado e de governo também aprovem a política integrada de acolhimento, que ainda tem a oposição de pelo menos três países – Hungria, República Checa e Eslováquia.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, era esperado em Bruxelas, onde se encontraria com Juncker em busca de um acordo para reduzir a resistência de seu governo, que lidera o bloco de países contrários à política de cotas. O encontro, no entanto, foi adiado.
Enquanto costura um acordo entre os governos nacionais, a administração de Juncker apresentou a proposta de criação do Emergency Trust Fund for Africa. Os recursos devem ser provenientes do Fundo Europeu para o Desenvolvimento.
Em meio à discussão sobre a política de imigração, o governo da Alemanha advertiu ontem que o programa para receber até 120 mil refugiados não resolve a maior demanda: a da imigração econômica. “Trata-se de um primeiro passo, se quisermos ser polidos.
Ou podemos defini-lo como uma gota d’água em um oceano, que não resolve todo o problema”, disse Sigmar Gabriel, líder do Partido Social-Democrata (SDP) e vice-chanceler, em discurso no Parlamento em Berlim.