Parlamento israelense pode antecipar eleição para novembro

Primeira votação de projetos de dissolução parlamentar deve ocorrer dia 18

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Por Reuters e AP
Atualização:

O Parlamento israelense pode realizar no dia 18 uma votação para decidir se dissolve a si próprio, o que forçaria a realização de eleições antecipadas em novembro, disseram ontem funcionários parlamentares. Tal medida aumentaria a pressão, dentro da própria coalizão de governo, para a renúncia do impopular primeiro-ministro Ehud Olmert. Acusado de corrupção, Olmert diz que continuará no cargo e na liderança de seu partido, o Kadima, a menos que seja indiciado. O empresário americano Morris Talansky declarou a um tribunal na semana passada que deu US$ 150 mil a Olmert anos antes de ele assumir a chefia de governo. Tanto o partido opositor Likud quanto o Trabalhista - parceiro na coalizão de governo - apresentaram projetos pedindo a dissolução do Parlamento. Na primeira votação, é necessária aprovação por maioria simples para que algum dos projetos siga adiante. Depois, o texto teria de ser aprovado por maioria absoluta (pelo menos 61 dos 120 deputados) em três votações. A oposição espera obter o apoio de membros da aliança de Olmert para dissolver o Parlamento. Uma porta-voz do deputado Silvan Shalom, que apresentou a resolução em nome do Likud, disse que o Knesset pode realizar uma votação preliminar no dia 18, com votações subseqüentes até o final da sessão parlamentar, em julho. O líder do Partido Trabalhista e ministro da Defesa, Ehud Barak, exigiu na semana passada que Olmert renuncie, ameaçando forçar eleições antecipadas se ele não deixar o cargo. Aumentando a pressão sobre o premiê, a chanceler Tzipi Livni, do Kadima, pediu que o partido escolha um novo líder. O Kadima deve decidir nos próximos dias se realizará eleições internas. Tzipi é amplamente vista como a provável sucessora de Olmert na presidência do partido. No entanto, pesquisas de opinião indicam que, se as eleições para a escolha de um novo primeiro-ministro fossem hoje, Tzipi seria derrotada pelo direitista Binyamin Netanyahu, do Likud. Em meio à crise política, Olmert iniciou ontem uma visita de três dias aos EUA, onde planeja discutir com o presidente George W. Bush os esforços de paz palestino-israelenses e a ameaça nuclear do Irã. Segundo jornais israelenses, Olmert também espera comprar um sofisticado sistema de defesa antimísseis e novos caças. Apesar de Olmert ter assegurado ao presidente palestino, Mahmud Abbas, que a crise não afetará as negociações de paz, eleições antecipadas podem prejudicar as conversações.

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