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Parlamento nepalês tira direito de veto do rei Gyanendra

Por Agencia Estado
Atualização:

O rei Gyanendra do Nepal já não faz parte do Parlamento e, portanto, não tem direito de veto sobre as leis elaboradas, segundo uma resolução aprovada unanimemente pela Câmara baixa. A moção, aprovada no sábado durante uma sessão parlamentar, evita que no futuro os legisladores tenham que buscar a aprovação do rei para seus projetos e leis, pois corta toda relação entre o monarca e o Parlamento. "Isto assegura a vitória do povo sobre a monarquia e deixa o rei onde ele deve estar", assegurou durante a sessão Raghuji Pant, do majoritário Partido Comunista (Unificado Marxista-Leninista). Esta é a última medida tomada pelo Parlamento nepalês para reduzir os poderes de Gyanendra, que em duas ocasiões mostrou suas veleidades absolutistas ao assumir o controle total do Estado, a última delas em fevereiro de 2005. O rei renunciou ao poder absoluto em abril, após 19 dias consecutivos de protestos populares, e se tornou desde então um monarca constitucional. Os poderes de Gyanendra já foram duramente reduzidos em 18 de maio, quando o Parlamento do Nepal aprovou por unanimidade uma moção histórica que o deixou sem controle do Exército e o obrigou a pagar impostos. O rei já não é "comandante supremo do Exército", agora sob controle do Parlamento, e poderá ser levado as tribunais caso "atue contra a lei", algo impensável de acordo com a obsoleta Constituição que até pouco tempo atrás regia o povo nepalês.

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