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Parlamento palestino adia votação de gabinete

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, adiou hoje uma sessão do Parlamento que deveria votar seu novo gabinete, depois de Israel ter impedido a viagem de 13 parlamentares para a reunião. O Estado judeu algeou "motivos de segurança". Arafat decidiu adiar o encontro dos 85 parlamentares até a manhã de terça-feira, disse seu porta-voz, Nabil Abu Rdeneh. Mediadores estrangeiros tentavam negociar um acordo entre as partes para que a sessão parlamentar fosse realizada, prosseguiu Rdeneh. "Com esta medida, o governo israelense está tentando sabotar os esforços para a continuidade do processo de reformas e dos preparativos para as eleições", disse Abu Rdeneh. A meta seria marcar eleições presidenciais e parlamentares para janeiro de 2003. O antigo gabinete de Arafat renunciou coletivamente em 11 de setembro, devido a ameaças do Conselho Legislativo de destituir os ministros, com uma moção de censura. O conselho pede uma reforma política, em meio a denúncias de corrupção nos ministérios. Arafat escolheu seu novo gabinete e o Conselho Legislativo deveria utilizar esta segunda-feira para debater e votar os nomes submetidos pelo líder palestino. Segundo Rdeneh, os palestinos fecharam um acordo com Israel para possibilitar a viagem de todos os ministros. Porém, disse Rdeneh, Israel recuou. Hoje, o Estado israelense impediu que 13 parlamentares deixassem a Faixa de Gaza para viajar à Cisjordânia. Numa demonstração de solidariedade, outros parlamentares de Gaza, com permissão para viajar, disseram que não iriam se seus colegas tivessem negada a autorização. Durante os mais de dois anos de conflito no Oriente Médio, Israel vem proibindo constantemente as viagens de palestinos entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Mesmo as autoridades palestinas do alto escalão têm dificuldade para obter permissão. O negociador palestino Saeb Erekat acusa Israel de impedir que os palestinos realizem reformas. Os Estados Unidos e Israel exigem que a ANP realize reformas políticas e econômicas. "Este é um claro indício de que o governo israelense pretende destruir a iniciativa palestina de ter um governo próprio", declarou Erekat. Mortos e feridos Em Tulkarem, na Cisjordânia, um rapaz de 16 anos morreu após ser baleado no peito por soldados israelenses que abriram fogo contra jovens atiradores de pedras. O Exército não se manifestou sobre o episódio. Ainda nesta segunda-feira, soldados israelenses demoliram as casas de quatro famílias palestinas em Jenin, extremo norte da Cisjordânia. As residências pertenciam a familiares de suspeitos de envolvimento em atos de violência contra Israel, disseram testemunhas e militares. No campo de refugiados de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, cinco palestinos ficaram feridos quando tanques israelenses abriram fogo, enquanto escoltavam escavadeiras que iniciariam a demolição de mais casas. Segundo palestinos, seis prédios foram destruídos e os serviços de telefonia e fornecimento de luz e água, interrompidos.

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