Parlamento paquistanês deve se reunir no sábado

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Por Agencia Estado
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O governo militar do Paquistão anunciou que o novo Parlamento será empossado no sábado, depois de uma série de adiamentos desde as eleições de outubro, enquanto os partidos políticos tentavam formar uma coalizão de governo. A afirmação foi feita pelo ministro paquistanês da Informação, Nisar Memon. Nenhum partido conseguiu conquistar maioria dentro do Parlamento de 342 cadeiras, e as negociações prosseguem. Porém, a convocação da sessão inaugural é um sinal de que um acordo pode estar próximo. "A sessão foi convocada para as 11 horas (locais) de sábado", disse Memon à Associated Press. Um partido aliado do presidente general Pervez Musharraf foi o mais votado no pleito, mas não chegou perto das 172 cadeiras necessárias para dominar o Parlamento. Uma coalizão de partidos religiosos chamada Fórum da Ação Unida chegou em terceiro, defendo uma plataforma anti-Estados Unidos. Os partidos religiosos estão sendo o fiel da balança, negociando alternadamente com o partido de Musharraf e com o Partido do Povo do Paquistão, da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que ficou em segundo lugar nas eleições de 10 de outubro. As negociações visam a constituir uma aliança capaz de indicar o primeiro-ministro e o presidente do Parlamento. Musharraf, que chegou ao poder por um golpe militar em 1999, prometeu devolver a administração cotidiana do país a um Parlamento eleito pelo povo. Entretanto, ele continuará como presidente e será a força política dominante no país. Uma série de decretos assinados por Musharraf deu-lhe poder de dissolver o Parlamento quando bem entender, e destituir o primeiro-ministro, se achar conveniente. Musharraf prometera convocar a sessão inaugural do Parlamento para 1º de novembro. Mas a data foi adiada em duas ocasiões. O último adiamento ocorreu pouco depois de a coalizão religiosa e o partido de Bhutto terem anunciado que estavam próximos de formar uma bloco que excluiria os partidários de Musharraf. Apesar do progresso, o governo alegou que as negociações estavam "emperradas" e postergou a sessão inaugural para "resolver o impasse". Líderes oposicionistas acusam Musharraf de ter adiado a sessão para tentar fazer com que sua facção, a Quaid-e-Azam, tivesse mais chances de formar uma coalizão. Após o adiamento, o partido religioso iniciou negociações com partidários de Musharraf.

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