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Parlamento suíço aprova legalização do aborto

Por Agencia Estado
Atualização:

Após oito anos de debates, o Parlamento suíço aprovou nesta sexta-feira a legalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O centrista Partido Popular Cristão - um dos quatro membros da coalizão governamental - imeditamente rejeitou a decisão e anunciou que recolherá as 100.000 assinaturas necessárias, pela lei suíça, à convocação de um referendo. Isto significa que a lei não entrará em vigor até a realização do plebiscito, que poderá demorar alguns anos. O aborto é tecnicamente ilegal mas amplamente praticado na Suíça. Na maioria das cidades, é relativamente fácil para uma mulher interromper a gravidez em hospitais estatais ou clínicas particulares desde que ela tenha uma carta assinada por um médico afirmando que há fortes razões médicas para a realização do aborto. A interrupção voluntária da gravidez continua sendo ilegal na maioria dos países europeus. A Suíça, cuja população se divide entre protestantes e católicos, tende a adotar posições cautelosas em relação a temas que envolvam questões religiosas. Foi o Partido Socialista suíço que oito anos atrás apresentou o projeto de lei para legalizar o aborto até a 14ª semana de gravidez. Durante os debates parlamentares, o prazo caiu para 12 semanas. Encerrando sua temporada de primavera, o Conselho Nacional - a principal câmara do Parlamento - outorgou às mulheres, por 107 votos contra 69, o direito de abortar sem antes consultar um médico indicado pelo Estado. A outra casa parlamentar, o Conselho dos Estados, aprovou a proposta por 22 contra 20 votos. O Partido Popular Cristão queria inserir uma cláusula tornando obrigatório para as mulheres o aconselhamento médico, mas ela foi rejeitada. O presidente do partido, Adalbert Durrer, disse que a nova versão da lei "dá proteção totalmente insuficiente à vida em gestação". O grupo "Sim para a Vida" também disse que tentará obter apoio para o referendo sobre "o assassinato de crianças". Essas denominadas iniciativas populares normalmente demoram anos até resultarem na convocação de um plebiscito. Os grupos feministas elogiaram a aprovação da lei.

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