Parque de Buenos Aires segue ocupado por 5 mil pessoas

Argentinos e imigrantes cobram programa de moradia do governo em meio a conflitos

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Atualização:

Pobreza. Ocupantes protestam contra condições precárias de alguns bairros.

 

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BUENOS AIRES - O Parque Indoamericano de Buenos Aires, segue ocupado por 5 mil pessoas que protestam contra as condições precárias do bairro de Villa Soldati. O local tem sido palco de enfrentamentos entre os manifestantes, muitos deles imigrantes, e os argentinos que moram na região. Dois bolivianos e um paraguaio morreram nos enfrentamentos.

 

Cerca de 1.650 famílias ocupam o parque. Os moradores da região não querem que o local se converta em um novo assentamento para imigrantes em Buenos Aires, onde existem "14 comunidades miseráveis" que abrigam mais de 150 mil habitantes. Segundo dados da imprensa local, esse número cresceu 25% nos últimos dois anos.

 

Ainda segundo esses números, 70% da população desses assentamentos marginais - onde vivem 7% dos habitantes de Buenos Aires - são estrangeiros, em sua maioria bolivianos, paraguaios e peruanos.

 

Durante a semana, os ocupantes do parque se enfrentaram com moradores da região e com a polícia enviada pela Prefeitura. Oficialmente houve três mortes, mas um órgão oficial boliviano afirma que houve mais uma vítima.

 

Alejandro Salvatierra, um dos representantes do grupo que ocupa o parque, disse que os conflitos começaram porque "bandos criminosos incitaram os moradores da região que protestavam pacificamente contra a ocupação". "Aqui há bolivianos, paraguaios, peruanos, mas também somos muitos argentinos que esperam há anos um plano de moradias", disse.

 

O governo federal da Argentina acusa o prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri, de manter postura e discurso xenófobos. Macri, por sua vez, afirma que a ocupação é resultado da imigração descontrolada e da existência de grupos de narcotraficantes, o que é negado pelos governos do Paraguai e da Bolívia.

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As autoridades federais e municipais seguem negociando uma solução para o conflito. A prefeitura se comprometeu a ceder terras, mas não financiará a construção de casas. O bairro fica na região sul de Buenos Aires.

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