23 de janeiro de 2013 | 11h41
(Texto atualizado às 18h) CARACAS - Os partidários do presidente Hugo Chávez realizaram nesta quarta-feira, 23, no 55.º aniversário da derrubada do ditador Marco Pérez Jiménez, grandes concentrações populares em toda a Venezuela como forma de "apoio e solidariedade" ao líder bolivariano, internado em Cuba desde dezembro.
Inicialmente, líderes opositores pretendiam utilizar a data para uma série de protestos contra a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de permitir a continuidade do governo de Chávez apesar de seu não comparecimento à posse de seu novo mandato, no dia 10. Mas diante da decisão dos chavistas de se manifestarem no mesmo dia, os opositores desistiram de seu protesto.
O vice-presidente, Nicolás Maduro, esteve presente na marcha e, em discurso, disse que deve ir para Havana ainda nesta quarta-feira levar ao presidente o que ocorreu na Venezuela, "o amor do povo e a força da pátria". Em diversos momentos, Maduro interrompia o discurso e gritava "viva Chávez". (Leia principais frases do discurso do vice-presidente no Twitter do Estadão Internacional).
Maduro enalteceu a Revolução Bolivariana e criticou a oposição. "Hoje estamos vendo um povo no poder, uma força leal ao presidente Chávez. E aqueles que tentam violar a Constituição desse país devem ir presos."
Centenas de chavistas, muitos balançando bandeiras do país, gritavam "Chávez não se vá" e "a Venezuela está contigo". Um dos presentes na Avenida Universidad disse ao canal VTV que a democracia mudou muito no país desde a revolução e que o líder bolivariano "incluiu o povo no processo democrático."
O jornalista José Vicente Rangel elogiou a atuação de Maduro na Venezuela e disse que a marcha do 23-E mostrou o apoio ao presidente. "O povo vestido de vermelho está aqui apoiando o presidente Chávez, apoiando a Constituição e a democracia."
Rangel também comentou o fato de a oposição não ter realizado os protestos contra a decisão do TSJ nesta quarta-feira. "Eles disseram que iriam marchar hoje, mas não vieram. Não se atreveram a competir com o povo nas ruas."
Volta à Venezuela
Chávez passou por uma cirurgia em dezembro para tratar o câncer na região pélvica e, desde então, não é visto em público. Na terça-feira, o ministro de Comunicações venezuelano, Ernesto Villegas, disse que não há data marcada para o retorno do presidente à Venezuela.
A declaração foi feita em meio a rumores de melhora no estado de saúde do líder bolivariano. Villegas, que está em Havana, disse ter se reunido com Chávez e o encontrado bem disposto. "Ele está atento a tudo que acontece no país", disse o ministro. "O comandante manda uma saudação carinhosa e de gratidão ao povo, ao Exército e à sociedade em geral."
Veja vídeo da VTV com imagens da marcha em Caracas:
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