Partidários de Evo voltam a ocupar centro de Cochabamba

Objetivo é criticar pretensões autonomistas do governador do Estado. Protesto acontece um dia depois de manifestação que deixou dois mortos e 130 feridos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Partidários do presidente boliviano, Evo Morales, voltaram a tomar as ruas de Cochabamba nesta sexta-feira, um dia depois que protestos contra as pretensões autonomistas do governador do Departamento (Estado) de mesmo nome deixou dois mortos e ao menos 130 feridos. Os manifestantes pedem pela renúncia do governador Manfred Reyes Villa. Os protestos, que começaram há dois meses, são parte de uma disputa de poder mais ampla entre o Evo e governadores membros da oposição. Em uma marcha no centro da capital nesta sexta-feira, os manifestantes - parte deles armados com pedaços de paus - gritavam palavras de ordem contra o governador. Os partidários do presidente são contrários ao apoio de Reyes a um movimento da oposição que visa conceder mais autonomia para os departamentos do país. Além disso, eles protestavam contra as críticas de Reyes às tentativas do partido oficialista, Movimento ao Socialismo (MAS), em controlar a Assembléia Constituinte que está reescrevendo a Carta Magna do país. Cidade que viu Evo ganhar notoriedade pública como líder do movimento de agricultores da folha de coca (cultivo milenar na Bolívia), Cochabamba está localizada a 200 quilômetros a sudoeste de La Paz. Ao voltar da posse do recém eleito presidente da Nicarágua, o esquerdista Daniel Ortega, Evo culpou o Reyes pelos protestos de quinta-feira, mas pediu aos manifestantes que evitem a violência. "Nós todos queremos unidade e integridade, e o apoio do governado de Cochabamba à independência causou uma reação no povo patriota da capital e do interior", disse ele. Na quinta-feira, milhares de manifestantes de facções favoráveis e contrárias ao governador se enfrentaram com pedaços de paus, pedras, bastões de beisebol e machados na praça central de Cochabamba. Três manifestantes foram presos por porte ilegal de armas. Duas pessoas morreram e 130 ficaram feridos. O enfrentamento aconteceu no dia em que Reyes viajou para La Paz para encontrar-se com outros quatro governadores da oposição. O grupo pretende traçar uma estratégia contra Evo.

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