
04 de maio de 2013 | 02h02
De acordo com estimativas do jornal The Guardian, o UKIP, que tinha apenas 8 conselheiros municipais - o equivalente a vereadores -, elegeu 144. Os conservadores foram os grandes derrotados, perdendo 327 cadeiras em conselhos municipais. Os trabalhistas conquistaram 122 assentos.
O UKIP é um grupo de direita que tem ganhado popularidade entre eleitores insatisfeitos com a economia britânica. O partido é explicitamente contra a União Europeia e a entrada de imigrantes, até mesmo de europeus. Nigel Farage, líder do UKIP, comemorou ontem os resultados, que classificou de "uma mudança de direção na política britânica".
Para analistas políticos, os votos conservadores migraram para o UKIP, bem mais à direita no espectro político britânico. Diante da transferência de votos, que ameaça a reeleição de Cameron em 2015, o primeiro-ministro disse que seu partido precisa dar uma resposta o mais rapidamente possível.
Resposta. Como reação, o governo deu sinais de que pretende adotar pontos da plataforma política do UKIP, entre eles o plebiscito sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia e a adoção de regras mais rígidas para imigrantes. Entre os conservadores, há quem defenda a exigência de vistos para turistas brasileiros - plano ao qual se opõe o próprio premiê.
Cameron costumava desprezar o UKIP, dizendo que o partido não passava de um "bando de loucos e racistas". Antes da votação, ministros conservadores classificaram o partido de "um grupo de palhaços". Após o resultado das urnas, o discurso mudou.
Em entrevista à BBC, Cameron prometeu "trabalhar duro" para reconquistar os votos perdidos. "Precisamos mostrar respeito aos eleitores que tomaram essa decisão. Eles querem que nós trabalhemos ainda mais. Existem lições para todos os partidos. Nós, conservadores, precisamos nos centralizar ainda mais na economia, no estado de bem-estar social e no controle da imigração." / REUTERS, AP e AFP
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.