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Partido de Merkel ganha força na reta final das eleições na Alemanha

A poucos dias de a maior economia europeia ir às urnas, a corrida para suceder a chanceler da Alemanha está completamente aberta

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Por Redação
Atualização:

BERLIM - A poucos dias de a maior economia europeia ir às urnas, a corrida para suceder a Angela Merkel como chanceler da Alemanha está completamente aberta, com o partido da líder, a CDU, ganhando força na reta final. Três pesquisas importantes publicadas nesta secta-feira, 24, mostraram que os social-democratas (SPD) perderam a liderança sobre os democratas-cristãos (CDU).

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O SPD vinha liderando a corrida há semanas, mas viu sua vantagem reduzida a uma margem tão estreita que passou a ser praticamente inexistente, considerando a margem de erro das sondagens. Uma pesquisa feita pelo Civey para a emissora ZDF mostrou o SPD estável com 25% da intenções de voto, mas a CDU ganhou um ponto com relação à semana anterior e apareceu com 23%. 

Outra sondagem, do instituto Allensbach para o jornal Frankfurter Allgemeine, mostrou a disputa ainda mais acirrada. O SPD tinha 26%, perdendo um ponto porcentual com relação à sondagem anterior, do dia 8 de setembro, e a CDU contava com 25%, mantendo estável sua margem de intenção de voto com relação ao mesmo período. 

Propagandados principais candidatos na eleição parlamentar da Alemanhaem Avenida de Berlim; partido terá um novo chanceler pela primeira vez em 16 anos. Foto: EFE/EPA/FILIP SINGER

Uma terceira pesquisa, do instituto Forsa, também mostrou que a CDU ganhou um ponto porcentual em uma semana, ficando com 22%, enquanto o SPD manteve os mesmos 25% no mesmo período.

Especialistas dizem que uma das razões pelas quais a eleição alemã deste ano estar mais apertada e menos previsível do que o normal é que os candidatos são relativamente desconhecidos para a maioria dos eleitores. “Certamente não é a eleição mais entediante que já tivemos”, disse o cientista político da Universidade de Leipzig Hendrik Traeger. 

“Houve aquelas em que Angela Merkel permanecia como titular e era simplesmente uma questão sobre como ela governaria.” Desta vez, o partido de Merkel tem lutado para energizar sua base tradicional, que até agora não conseguiu demonstrar todo seu apoio a seu candidato, Armin Laschet, um político impopular que cometeu várias gafes. 

“A questão chave é se esses eleitores vão superar o obstáculo de Laschet e votar na CDU, apesar dele”, disse Peter Matuschek, do instituto de pesquisas Forsa. “Ou se eles vão se abster de votar ou mesmo escolher outro partido.” 

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Embora Merkel seja a política mais popular da Alemanha, suas recentes tentativas de angariar apoio para Laschet não conseguiram mudar sua sorte. Foto: AP Photo/Martin Meissner - arquivo

Merkel em campanha

Depois de permanecer à margem da campanha, no último mês Merkel não tem poupado esforços para expressar apoio a Laschet, governador do Estado da Renânia do Norte-Vestfália. 

Ela fez um apelo ontem aos eleitores. “Para que a Alemanha permaneça estável, Armin Laschet deve se tornar o chanceler federal”, disse Merkel durante um comício em Munique. “A questão de quem governa na Alemanha não é trivial”, acrescentou a chanceler, que deixará o cenário político após 16 anos no cargo. 

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A chanceler também se pronunciou contra o candidato do SPD, alertando para o cenário de vitória do social-democrata Olaf Scholz, seu atual ministro das Finanças. Merkel estará com Laschet no encerramento da campanha no reduto do candidato, na cidade de Aachen, perto da fronteira com a Bélgica.

Os verdes, com Annalena Baerbock concorrendo pela primeira vez a chanceler, aparecem em terceiro lugar nas pesquisas, mas podem acabar sendo uma peça importante na formação de um governo no caso de uma vitória dos social-democratas. Com uma campanha considerada decepcionante, o Partido Verde aparece na pesquisa com entre 15% e 17% das intenções de voto./COM AP, REUTERS e AFP

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