Partido de Oviedo se desintegra no Paraguai

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Por Agencia Estado
Atualização:

O partido político fundado e dirigido pelo ex-general golpista paraguaio Lino Oviedo está se desintegrando lentamente devido à migração de seus principais líderes para o governista Partido Colorado. A União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace), fundada em julho de 2002 em Foz do Iguaçu, no Brasil, "sofre de um mal típico da política paraguaia - a falta de liderança adequada", disse o senador eleito Víctor Sánchez. Oviedo tem pendente o cumprimento de uma pena de 10 anos de prisão a que foi condenado por sua frustrada tentativa de derrubar o então presidente Juan Carlos Wasmosy, em abril de 1996. Com 59 anos, Oviedo tem vivido fora do Paraguai, primeiro na Argentina e em seguida no Brasil, onde se mantém como asilado político. Não obstante, seu partido conseguiu no pleito de 27 de abril 10 cadeiras na Câmara dos Deputados e 7 no Senado, fazendo da Unace a terceira força opositora no país, atrás do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) e do movimento independente Pátria Querida. Sánchez, eleito como deputado pela Unace, explicou nesta segunda-feira que seu partido é orientado por Oviedo a partir do Brasil, "mas no âmbito local seus líderes não trabalham, cada um cuida de seus assuntos particulares, então acontecem as deserções". Já o deputado Teodoro Rivarola esclareceu que pediu para ser reincorporado ao Partido Colorado "porque já não suporto receber ordens de forma verticalista, de Oviedo. A realidade que vivemos aqui é diferente da que ele vê e sente do Brasil". E o ex-defensor jurídico e representante político de Oviedo, Carlos Galeano Perrone, admitiu que "os que militavam na Unace estão voltando maciçamente ao Partido Colorado". Semanas atrás, ao começar a revoada de oviedistas para o partido do governo, o presidente do Partido Colorado e presidente eleito do país, Nicanor Duarte, havia dito que "abrimos as portas para a entrada de todos que queiram trabalhar para o progresso do país".

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