Partido de Sharon não põe em votação o roteiro para a paz

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Por Agencia Estado
Atualização:

A convenção do Likud, partido nacionalista presidido pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, não pôs em votação o roteiro para a paz no Oriente Médio aceito pelo governo israelense. Mas se reservou o direito de examinar previamente qualquer outro acordo que venha a ser adotado pelo Executivo durante as negociações. A votação estava prevista para depois do pronunciamento de Sharon, no qual assegurou que Israel não fará nenhuma concessão aos palestinos enquanto eles não cessarem ataques extremistas, nem permitirá, em nenhuma hipótese, o retorno dos refugiados palestinos no exterior - cerca de 4 milhões de pessoas. Mas o primeiro-ministro, como presidente do partido, não permitiu a apresentação de um texto com propostas de adversários do plano, bloqueando, dessa forma, a votação do roteiro para a paz. Entre eles, Israel Katz, ministro da Agricultura, que já votara contra o plano na reunião do gabinete. Ele voltou a defender emendas ao plano que garantam a soberania de Israel sobre Jerusalém, o reforço dos assentamentos em Gaza e Cisjordânia, o controle do Vale do Jordão e a proibição do retorno dos refugiados. A ala mais radical, liderada pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, vetou até mesmo a criação de um Estado palestino, apoiada por Sharon. "Esse Estado servirá de plataforma para terroristas suicidas de todo o mundo", argumentou Netanyahu. A decisão de aprovar o plano ficou, portanto, apenas no âmbito do governo. Mas Sharon prometeu que as próximos estapas da negociação deverão passar pelo partido.

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