Partido deixa gabinete e ameaça coalizão paquistanesa

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Por AE
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Um importante parceiro na coalizão de governo de Asif Ali Zardari, presidente do Paquistão, informou hoje que irá retirar seus ministros do gabinete, enfraquecendo ainda mais uma administração que já enfrenta ameaças de colapso na economia e dos insurgentes do Taleban. Um porta-voz do movimento Muttahida Qaumi, o quarto maior partido na Assembleia Nacional, disse que o grupo ainda não decidiu se irá se juntar à oposição, o que pode indicar que a coalizão de governo sobreviverá. Entretanto, as renúncias aumentam os problemas para o governo de Zardari e tendem a levar a futuras complicações políticas. O Muttahida Qaumi é um partido laico e sua base política fica em Karachi.A renúncia dos ministros ocorre no momento em que o Fundo Monetário Internacional (FMI), que emprestou US$ 11 bilhões ao Paquistão para que o país estabilize sua economia, afirmou que concordou em estender o prazo do empréstimo por nove meses até setembro para dar ao Paquistão mais tempo para manter sob controle seu crescente déficit público, informou o Wall Street Journal.O movimento Muttahida Qaumi informou na noite de ontem que pedirá aos seus dois ministros no gabinete, cujas pastas são portos e supervisão aos paquistaneses imigrados, que renunciem. Zardari encontrou-se hoje com lideres do partido em Karachi para reduzir as tensões, que aumentaram em parte por causa da recusa do Muttahida Qaumi em apoiar a agenda de reformas econômicas do governo.O Partido do Povo Paquistanês (PPP), de Zardari, depende das 25 cadeiras do Muttahida Qaumi para formar uma maioria na Assembleia de 342 deputados. O Muttahida Qaumi ainda faz parte da coalizão, mas se deixá-la poderá provocar a realização de novas eleições, sob as regras do sistema parlamentar paquistanês."Nós estamos dando ao PPP algum tempo antes de tomarmos qualquer decisão sobre se vamos negociar ou não com a oposição", disse Haider Abbas Rizvi, do Muttahida Qaumi. Imposto O governo, apoiado pelo FMI, tenta implementar uma taxa geral sobre as vendas e outras revisões fiscais para podar um déficit orçamentário que funcionários das finanças dizem ter crescido a 6% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da meta de 4%.O Muttahida Qaumi, o qual representa em grande parte o eleitorado urbano de Karachi, uma cidade portuária com 18 milhões de habitantes, afirma que o imposto irá atingir desproporcionalmente seus partidários. O partido pediu que seja criado um imposto agrícola sobre os grandes latifundiários, que atualmente são isentos. A base eleitoral do PPP está nas regiões rurais da província do Sind, da qual Karachi é a capital. As informações são da Dow Jones.

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