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Partido do governo obtém ampla maioria dos votos na África do Sul

Com quase todas as urnas apuradas, CNA lidera com folga; Jacob Zuma deve ser eleito novo presidente.

Por BBC Brasil
Atualização:

O Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa a África do Sul, conseguiu uma ampla maioria dos votos nas eleições gerais da última quarta-feira, segundo informaram as autoridades eleitorais do país na madrugada deste sábado. O resultado abre caminho para que o líder do partido, Jacob Zuma, se torne o novo presidente do país quando o novo Parlamento se reunir. O presidente é eleito pela maioria simples da casa. O anúncio oficial sobre o resultado das eleições na África do Sul deve ser feito nas próximas horas, mas, com 99% das cédulas apuradas, o CNA conquistou quase dois terços dos quase de 17 milhões de votos. Uma maioria de dois terços no Parlamento sul-africano é necessária para se fazer alterações na Constituição. Segundo as autoridades eleitorais do país, o CNA obteve cerca de 66% dos votos, bem à frente da Aliança Democrática (AD), que obteve cerca de 16%, e do Congresso do Povo (Cope, na sigla em inglês), formado por dissidentes do CNA e que ficou com 7% da preferência do eleitorado. A contagem aponta que o CNA deve perder na Província do Cabo Ocidental, mas que vencerá nas outras oito províncias do país. O comparecimento às urnas foi alto, chegando a 80% em algumas regiões, nesta que foi a quarta e mais competitiva eleição no país desde o fim do regime de segregação racial do apartheid, há 15 anos. Mesmo antes do anúncio dos resultados oficiais, partidários do CNA já festejavam na noite de sexta-feira nas ruas de cidades como Durban e Johanesburgo. Polêmico O provável novo presidente do país, Jacob Zuma, é classificado como "populista" por analistas e passou dez anos preso durante o regime do apartheid. Caso sua eleição seja confirmada, seus principais desafios serão fortalecer a economia sul-africana e combater a crescente criminalidade no país. Zuma, de 67 anos, é considerado um líder polêmico, e acusações de corrupção foram levantadas contra ele apenas duas semanas antes das eleições. Em 2005, ele teve sua imagem arranhada, quando foi acusado de estupro. Ele foi inocentado, mas provocou revolta em parte da população ao admitir ter tido relações sexuais sem proteção com uma mulher que ele sabia ser HIV positivo - a África do Sul é líder no número de casos de AIDS no mundo, com cerca de 5,7 milhões de infectados. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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