
05 de agosto de 2016 | 15h41
PRETÓRIA - O Congresso Nacional Africano (CNA), partido governista da África do Sul, estava a caminho de seu pior desempenho eleitoral desde o fim do apartheid nesta sexta-feira, 5, uma vez que os eleitores extravasaram nas eleições municipais seu descontentamento com o alto desemprego e a corrupção, abrindo espaço para uma mudança gigantesca na política e na sociedade.
O CNA reinava absoluto desde que pôs fim ao governo da minoria branca em 1994 com Nelson Mandela à sua frente, mas perdeu apoio, particularmente nas áreas urbanas, entre o eleitorado que sente que sua vida não melhorou e que acusa o presidente sul-africano, Jacob Zuma, de administrar mal a economia.
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Com 95% das urnas apuradas, a legenda ainda estava à frente na contagem geral de votos das eleições municipais, mas perdeu para a Aliança Democrática, o principal partido de oposição, na região de Nelson Mandela Bay, que inclui a cidade de Porto Elizabeth, e estava atrás em Tshwane, que abriga a capital Pretória.
Desde o fim do apartheid, o CNA vinha se mostrando invencível nas urnas nessas localidades, assim como no polo econômico de Joanesburgo, onde mantinha uma vantagem apertada nesta sexta-feira.
Neste momento, nenhum partido parece a caminho de obter uma maioria nestes três centros urbanos, o que deve criar uma nova era de política de coalizão conforme a África do Sul se afasta do que, na prática, é um sistema de partido único no período pós-apartheid.
Esta mudança reformula o cenário político do país antes da eleição nacional de 2019 e pode encorajar adversários de Zuma dentro do CNA a desafiá-lo no partido. A Aliança Democrática manteve o comando da Cidade do Cabo, que governa desde 2006. / Reuters
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