Partido no poder na Nigéria vence em eleições fraudulentas

Eleições remarcadas foram maculadas pelo baixo comparecimento e pela fraude

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O partido da situação na Nigéria conquistou mais cadeiras legislativas e consolidou seu poder em vários Estados, após eleições remarcadas serem maculadas pelo baixo comparecimento às urnas e pela fraude eleitoral, mostraram os primeiros resultados parciais neste domingo, 29. A autoridade eleitoral realizou nova votação para centenas de cargos legislativos federais e estaduais no sábado em locais onde as eleições foram anuladas anteriormente por irregularidades. Mas repórteres da Reuters em vários Estados disseram que as novas votações apresentaram pouca melhora. Cédulas de votação e urnas foram roubadas por partidários do governo atual e alguns locais de votação não foram abertos. Os jornais nigerianos reportaram que, em todo o país, mesmo onde os locais de votação estavam funcionando, o comparecimento foi extremamente baixo, porque os eleitores foram mal informados, ficaram com medo de problemas e não acreditaram que o voto seria levado em conta. As eleições de 14 e 21 de abril deram vitória esmagadora ao Partido Democrático do Povo (PDP), que está no poder há oito anos na nação mais populosa da África e maior exportadora de petróleo. As eleições eram vistas como um marco na transição democrática da Nigéria, uma nação marcada por três décadas de dominação do exército, porque esta seria a primeira vez em que um presidente civil entregaria o cargo a outro como resultado de uma votação. Observadores internacionais disseram que a fraude é tão generalizada que a eleição não é confiável. A oposição rejeitou os resultados e convocou protestos em massa. Os resultados parciais neste domingo mostraram que o PDP venceu as cadeiras nos estados de Sokoto, Gombe e Kaduna (no norte), Enugu e Anambra (no sudeste), Oyo e Ekiti (no sudoeste), além dos estados produtores de petróleo. "Nós corrigimos algumas das anomalias que justificaram a nova eleição, mas não todas", disse Rowland Uwa, um dos chefe da autoridade eleitoral.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.