18 de outubro de 2010 | 00h00
Os candidatos republicanos ao Congresso americano passaram à frente dos democratas na corrida para arrecadação de fundos de campanha para as eleições do dia 2 - o que se traduz numa forte vantagem do Partido Republicano em relação aos adversários nas duas semanas que antecedem a eleição.
Registros do Congresso recentemente revelados mostram que os candidatos republicanos declararam a arrecadação de US$ 104 milhões entre julho e setembro, contra US$ 89 milhões dos democratas. Nas 18 principais disputas ao senado, o Partido Republicano angariou quase US$ 60 milhões; seus oponentes democratas, menos de US$ 40 milhões.
Os números do terceiro trimestre ilustram uma reviravolta na arrecadação para os candidatos republicanos ao Congresso, que já haviam amargado uma diferença de US$ 3 milhões a menos do que os democratas no trimestre anterior. Os candidatos do Partido Republicano superaram os desafiantes em 34 distritos-chave, aumentando assim a chance de que seus candidatos ganhem o controle da Casa.
A arrecadação promovida pelas campanhas individuais coincide com uma onda sem precedentes de gastos da Câmara de Comércio Americana e outros aliados republicanos, que destinaram recursos em mais de 100 disputas pelo Congresso. Gastos de grupos exteriores superaram os US$ 150 milhões, e a maior parte desta quantia foi usada nas últimas semanas.
O frenesi é impulsionado, em parte, por um número relativamente pequeno de ricos doadores - diretores da indústria petroleira e de gás, magnatas da construção civil e outros magnatas - capazes de exercer influência desmedida em disputas específicas. Decisões judiciais recentes facilitaram que corporações e indivíduos abastados realizem contribuições políticas ilimitadas, muitas delas feitas em sigilo.
Ken Spain, diretor de comunicação do Congresso Nacional Republicano, disse que os doadores foram "mobilizados pelas caras novas entre os candidatos conservadores para mandar uma mensagem a Washington".
Um dos poucos bons momentos para os democratas veio em nível partidário, quando duas comissões do Congresso trouxeram mais de US$ 31 milhões no terceiro trimestre, segundo os registros, contra menos de US$ 20 milhões angariados pelos republicanos.
Competitividade. J.B. Poersch, diretor executivo da campanha democrata ao Senado, declarou que apesar do sucesso republicano na arrecadação de fundos, seus "apoiadores estão garantindo que os candidatos tenham os recursos que precisam para disputar competitivamente e manter a maioria dos democratas".
Os novos desdobramentos dão alguma noção da gama dos abastados doadores e grupos com interesses específicos que estão direcionando os gastos nas eleições americanas deste ano.
No Colorado, por exemplo, uma entidade do Estado da Virginia chamada Aliança da Primeira Emenda levantou cerca de US$ 200 mil de executivos das áreas energética, financeira e de comunicações - inclusive US$ 50 mil do bilionário Philip Anschutz, doador de longa data do partido Republicano, segundo os registros. A aliança gastou aproximadamente a mesma quantia em anúncios no Colorado atacando o senador democrata Michael Bennet, atualmente envolvido em uma apertada disputa com o republicano Ken Buck.
Campanha cara
US$ 104 milhões
foram angariados pelos republicanos no terceiro trimestre
US$ 89 milhões
foram arrecadados pelos democratas no mesmo período
R$ 371 milhões
(US$ 218 milhões) é o orçamento das duas candidaturas do 2º turno da eleição presidencial no Brasil
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