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Partido xiita abandona discussões sobre novo governo

Parlamentares sunitas e xiitas afirmam que as negociações estão emperradas sobre quem ocupará o novo gabinete

Por Agencia Estado
Atualização:

Um partido político xiita anunciou nesta sexta-feira que não vai mais participar das negociações para a formação de um novo governo, alegando que a escolha de ministros está sendo ditada por pressão dos Estados Unidos e por interesses pessoais, indo contra o espírito de unidade nacional. O Fadhila, que controla 15 das 275 cadeiras do Parlamento do Iraque, é o primeiro partido do poderoso bloco xiita Aliança Iraque Unido a abandonar as negociações sobre um novo governo. Sua retirada reflete os desafios que enfrenta o primeiro-ministro designado, Nouri al-Maliki, para formar um governo de unidade nacional antes da expiração da data-limite de 22 de maio. "Percebemos que da forma como as negociações estão progredindo, e da forma como postos ministeriais estão sendo distribuídos, com base em interesses pessoais e desejos mesquinhos... Não conseguiremos formar um verdadeiro novo Iraque", disse Sabah al-Saedi, porta-voz do partido numa entrevista por telefone. As negociações, segundo ele, estão sendo prejudicadas por pressões, "algumas externas, do embaixador dos EUA no Iraque, e algumas de blocos políticos". "Assim, decidimos que não iremos participar do gabinete mas continuaremos no parlamento a fim de expressar a voz do povo", acrescentou. "Vamos formar um bloco de oposição no Parlamento". Al-Maliki tem dito que anunciará o novo gabinete neste fim de semana, mas parlamentares sunitas e xiitas afirmam que as negociações estão emperradas e que a lista completa dos ministros só deve ser anunciada na semana que vem. Os Estados Unidos têm pedido às facções políticas para formarem o mais rapidamente possível um novo governo de unidade, na esperança de que ele minará o apoio à insurgência no Iraque e permitirá uma eventual redução das tropas americanas no país árabe. Mas o embaixador dos EUA, Zalmay Khalilzad, garante que Washington está tendo um papel meramente de assessoramento, e que a decisão final cabe aos iraquianos.

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