Partidos argentinos acusados de comercializar leis

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-vice-presidente Carlos "Chacho" Álvarez acusou os dois maiores partidos da Argentina - a União Cívica Radical (UCR) e o Justicialismo (Peronismo) - de terem um sistema de "compra e venda de leis" dentro do Senado. As acusações ocorreram pouco depois da divulgação da confissão de Mario Pontaquarto, ex-pró-secretário da Câmara Alta, de que havia entregue US$ 5 milhões a um grupo de senadores para que aprovassem a impopular lei de reforma trabalhista em abril do ano 2000. Na época, o jornal La Nación denunciou o caso, que foi rapidamente engavetado pelo então presidente Fernando De la Rúa. A falta de punição para o caso indignou Álvarez, que saiu do governo, aumentando a grave crise que culminou com a renúncia de De la Rúa em setembro daquele ano. Após três anos, Pontaquarto, dizendo-se levado pelo peso na consciência, concordou em contar toda a trama do suborno à revista TXT, que chegou às bancas neste sábado. O governo do presidente Néstor Kirchner está comemorando o escândalo, já que o caso não o atinge, e ao mesmo tempo é um golpe para parte dos rivais. Além disso, serve como instrumento para a propaganda de "limpeza ética" que está realizando desde a posse, em maio. "Todos os responsáveis deverão cair, para que prestem contas perante a República e a sociedade", disse hoje o chefe do gabinete de ministros, Alberto Fernández. Fernández anunciou que o governo está analisando a possibilidade de revogar a lei de reforma trabalhista. Segundo Hugo Moyano, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) dissidente, a reforma, aprovada com o suborno, não pode continuar em vigência.

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