22 de agosto de 2010 | 10h21
Os líderes dos dois principais partidos australianos afirmaram neste domingo que inciaram negociações com candidatos independentes para a formação de um eventual governo de coalização.
Já foram contados 78% dos votos e nenhum dos dois partidos, o governista Trabalhista e o oposicionista Conservador, deve conquistar os 76 assentos no Parlamento necessários para governar sem a formação de uma coalizão.
Projeções indicam 72 cadeiras para os trabalhistas e 73 para os conservadores.
Se o panorama for confirmado, esta será a primeira vez desde 1940 que a Austrália elege um parlamento dividido, sem que um partido detenha a maioria para comandar o governo.
Negociações
A atual premiê, Julia Gillard, disse que "é minha intenção negociar de boa fé um acordo efetivo para formar um governo".
Ela disse que vai "continuar a garantir um governo estável de acordo com nosso processo democrático enquanto os últimos votos são contados".
O líder da oposição, Tony Abbot, disse que a votação refletiu "uma enorme rejeição a este governo" e que também negocia com partidos menores e candidatos independentes.
Entre estes, estão três independentes confirmados e um que ainda aguarda confirmação e um candidato do Partido Verde.
Gillard se tornou primeira-ministra em junho passado, depois substituir o então primeiro-ministro Kevin Rudd na liderança do Partido Trabalhista.
Mas ela vem perdendo popularidade por causa de várias questões, que incluem a maneira usada para tomar o posto de Rudd na liderança do partido, e sua política de governo para mudanças climáticas.
Já Abbott é apelidado de "monge maluco" por ter estudado por um breve período para tornar-se padre. O oposicionista tem posição contrária a temas como aborto, união de pessoas do mesmo sexo e declara-se cético em relação às mudanças climáticas.
O correspondente da BBC em Sydney Nick Bryant disse que "Gilliard decidiu convocar as eleições calculando que a lua-de-mel iniciada quando tornou-se a primeira mulher a asumir o cargo duraria até a votação. Está claro que não durou".
"Mas a rejeição não foi tão grande a ponto de dar a vitória a Tony Abbott. Dúvidas sobre sua capacidade como primeiro-ministro podem ter prevalecido", diz ele.
A contagem dos votos deve ser finalizada nas próximas duas semanas.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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