Partidos se unem em crítica a agressão contra Rajoy

Opositores do premiê condenam jovem que o atacou com um soco durante evento de campanha na Galícia

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Por Andrei Netto e MADRI
Atualização:

Todos os principais candidatos da oposição espanhola criticaram nesta quinta-feira a agressão contra o primeiro-ministro Mariano Rajoy por um jovem de 17 anos na quarta-feira. Durante uma passeata na Galícia, o conservador foi agredido com um soco na frente das câmeras por um jovem de 17 anos, que foi preso e pode ser condenado a meio ano de detenção. O agressor aproximou-se do premiê com a desculpa de pedir para tirar uma foto.

Filmagens mostraram o chefe de governo, de 60 anos, no momento da agressão e, instantes depois, quando falou à imprensa sobre o ocorrido, já com uma enorme marca vermelha no rosto. Pelo Twitter, Rajoy informou que estava bem e seguiria para La Coruña, etapa seguinte de sua viagem.

Premiê Mariano Rajoy faz campanha em La Coruña Foto: MIGUEL RIOPA|AFP

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Nesta quinta-feira, a agressão foi o principal tema da campanha eleitoral. A mídia espanhola concentrou-se em desvendar o perfil Andrés V. F., de 17 anos, autor do ataque a Rajoy. Ao ser detido, o jovem não apenas confirmou ter dado o soco, como também se disse “muito contente de tê-lo feito”.

Ele continuava preso por determinação do Tribunal Superior de Justiça da Galícia, que analisará nas próximas horas o caso e pode condenar o jovem à prisão.

Durante o dia, jornais espanhóis informaram que Andrés seria membro de um grupo de hooligans chamado Mocidade Granate, formado por nacionalistas de esquerda ultrarradical e violenta. Segundo o advogado contratado pela família, Jorge Cubela, no entanto, o jovem não tem filiação política.

Em entrevistas, os principais candidatos de oposição, Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pablo Iglesias, do partido de esquerda radical Podemos, e Albert Rivera, do partido liberal Ciudadanos, criticaram a ação violenta, demonstrando apoio ao premiê – cuja campanha foi interrompida por uma viagem a Bruxelas, onde participou da cúpula da União Europeia.

Campanha tensa. Segundo analistas políticos, a agressão física registrada foi apenas a materialização de uma campanha marcada pelas agressões verbais. O pico da tensão ocorreu durante o debate entre Rajoy e Sánchez no início da semana.

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Na ocasião, o líder do PSOE, acusou o premiê de ser corrupto e “indecente”. “O custo para nossa economia e nossas instituições será enorme porque um primeiro-ministro, senhor Rajoy, deve ser honesto. E você não é”, atacou o socialista.

O conservador, tido como favorito na eleição de domingo, respondeu no mesmo nível. “Sua intervenção é medíocre, mesquinha e detestável. Ela o perseguirá por toda a sua vida”, afirmou Rajoy, fazendo uma crítica que poderia se aplicar aos dois candidatos.

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