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Pastrana pode negociar uma trégua com as FARC

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente colombiano, Andrés Pastrana, pressionado interna e externamente para promover uma reviravolta a fim de obter melhores resultados nas negociações de paz com o maior grupo guerrilheiro do país, anunciou hoje que iniciará consultas privadas de alto nível, a menos de duas semanas do término da vigência da polêmica zona de distensão, controlada pelas FARC. Hoje, uma Comissão de Notáveis propôs que na mesa de negociações o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) acertem um cessar-fogo bilateral e o fim das hostilidades por um período de seis meses, sujeito a prorrogação. Nos últimos dias, diminuíram os ataques armados das FARC mas aumentou o número de seqüestros, em especial de membros do Congresso Nacional ou de pessoas ligadas ao Estado e ao governo de Pastrana. Os estudos que o governo realiza sobre o processo de paz se desenvolvem em meio a uma complexa situação acentuada pelo fato de a guerrilha das FARC, do Exército de Libertação Nacional (ELN) e as paramilitares Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) figurarem na lista do Departamento de Estado dos EUA que enumera as 27 mais importantes organizações terroristas do mundo. Por outro lado, o governo da Alemanha alertou hoje as FARC de que nenhum integrante dessa organização poderá ingressar ou permanecer no país europeu enquanto não forem libertados os dois técnicos alemães que os rebeldes mantêm seqüestrados há dois meses. Também os mais altos tribunais da Justiça colombiana lançaram um apelo a Pastrana para que adote o mais rápido possível medidas especiais de segurança para restabelecer a Justiça do Estado em pelo menos 164 municípios, de onde tiveram que sair juízes e outros funcionários judiciais ameaçados por rebeldes ou paramilitares. As FARC, que controlam 42 mil km2 da zona de distensão cedida por Pastrana aos rebeldes para sediar as negociações de paz, estão sendo acusadas por vários dos candidatos presidenciais de utilizarem este território para manter reféns em cativeiro e negociarem o resgate dos seqüestrados. Membros do Congresso Nacional asseguram que nesta zona os rebeldes mantêm pelo menos 122 reféns.

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