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Patriota diz esperar transição pacífica para governo civil no Egito

Chanceler afirmou ainda que renúncia de Mubarak traz preocupações para a estabilidade política da região.

Por Camila Viegas-Lee
Atualização:

Patriota se reuniou com Ban na sede da ONU em Nova York O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, disse nesta sexta-feira que espera uma transição pacífica no Egito, mas ressaltou que a renúncia do presidente Hosni Mubarak também traz alguns temores. "Sem a menor dúvida, (com a saída de Mubarak) a estabilidade da região é uma preocupação", disse à BBC Brasil, após uma reunião com os países membros do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) na missão indiana na ONU, em Nova York. O Brasil assumiu neste mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança (CS) da ONU. O chanceler também se reuniu com o secretário-geral Ban Ki-moon e demais membros do conselho. "Nosso desejo é que as aspirações (dos egípcios) sejam levadas em consideração, que haja uma transição pacífica e que as liberdades civis e políticas da população sejam respeitadas", afirmou Patriota. "Estamos também olhando muito atentamente para as repercussões internacionais dessa crise, especialmente no Oriente Médio." Governo civil Patriota também concordou com Ban, que logo após a renúncia disse esperar que o próximo governo egípcio seja civil. "O importante sobre o que ele disse é o seguinte: o poder foi delegado agora a um alto conselho militar. Então a expectativa é a de que se organizem eleições justas, livres e transparentes e que a população egípcia possa expressar livremente sua preferência em termos de um futuro líder em ambiente mais democrático possível", afirmou o chanceler. Patriota disse ainda que a reunião do G4 foi muito produtiva e que seria divulgado um comunicado internacional. "Reforçamos nossa coordenação. Já nos reunimos duas vezes em poucos meses e nos comprometemos inclusive a procurar nos encontrar mais uma vez antes da Assembléia Geral." Também participaram do encontro o ministro federal para negócios estrangeiros da Alemanha, Guido Westerwelle, o chanceler da Índia, S. M. Krishna, e o secretário de Estado de Negócios Estrangeiros do Japão, Takeaki Matsumoto. O chanceler afirmou também que vem detectando um crescente apoio no Conselho de Segurança, vindo de paises de diferentes níveis de desenvolvimento, por uma reforma que reflita melhor a realidade geográfica do mundo de hoje. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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