Patriota diz que há 'expectativa razoável' de melhoras na Síria

Para chanceler brasileiro, postura do país parece estar mudando, apesar do ceticismo

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BRASÍLIA - O Brasil ainda espera sinais de mudança do governo da Síria a respeito da violência contra manifestações no país, mas o chanceler brasileiro, Antonio de Aguiar Patriota, acredita que o "estado de espírito" em Damasco pode finalmente estar mudando, apesar de alertar que a situação deve ser encarada com certo ceticismo.

 

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"Há uma expectativa razoável que a situação melhore, que haja eleições parlamentares no final do ano, reformas constitucionais e eleições presidenciais livres em 2012", afirmou o ministro.

 

 

Na quinta, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, voltou a cobrar mais sanções da comunidade internacional contra a Síria e acusou o presidente Bashar Assad de não ter mais legitimidade. Nesta sexta, americana pediu um boicote ao setor de óleo e gás de Damasco, o que seria uma medida efetiva para pressionar o regime.

 

 

Patriota, que foi um dos articuladores da missão de Índia, Brasil e África do Sul que esteve na Síria na semana passada, afirmou que a pressão internacional contra o país não é negativa e pode ajudar a que as reformas prometidas por Assad sejam finalmente implantadas.

 

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No entanto, o diplomata deixou claro que o Brasil não vai apoiar ou tomar a iniciativa de impor sanções por conta própria. "As sanções são um assunto para o Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou.

 

Na quarta, um grupo formado pelo subsecretário-geral para a África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Paulo Cordeiro, e representantes da África do Sul e da Índia, reuniu-se com Assad em Damasco. Os diplomatas cobraram garantias das liberdades civis e também as reformas que o ditador sírio vem prometendo.

 

Assad teria reconhecido os excessos das suas forças de segurança e prometido eleições gerais. Ainda assim, ao analisar o encontro, Patriota afirmou que as promessas precisavam ser vistas com "cautela e ceticismo", já que, até agora, o governo sírio não cumpriu nada do que disse.

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