Patriota leva 'forte mensagem' de Dilma contra julgamento de Lugo

Ministro brasileiro é um dos chanceleres que vão para o Paraguai analisar crise gerada com impeachment

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Por Efe
Atualização:

RIO DE JANEIRO - Os chanceleres de Argentina, Brasil, Colômbia, Uruguai e Venezuela partiram nesta quinta-feira, 21, do Rio de Janeiro para Assunção, no Paraguai, para analisar a crise gerada pela abertura de um julgamento político contra o presidente Fernando Lugo.

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Fontes oficiais disseram à Agência Efe que o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, levará "uma forte mensagem da presidente Dilma Rousseff contra o que está se passando, algo inaceitável para o Brasil", sobretudo por causa da decisão do Senado paraguaio de concluir amanhã mesmo o processo.

Além de Patriota, as fontes disseram que o grupo que viajou para Assunção é integrado ainda pelos ministros das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman; Colômbia, María Ángela Holguín; Uruguai, Luis Almagro; e Venezuela, Nicolás Maduro.

A notícia sobre o processo aberto contra Fernando Lugo foi recebida no Rio de Janeiro durante a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

A constituição do grupo e sua viagem foi decidida hoje mesmo numa reunião extraordinária de presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada para analisar a situação no Paraguai.

Patriota, que informou sobre a decisão após o encontro, explicou que o novo secretário-geral da Unasul, o venezuelano Alí Rodríguez, que assumiu o cargo na semana passada, também participará da missão.

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O ministro afirmou que a Unasul concordou em atuar de acordo com o "espírito" estabelecido na cláusula democrática do bloco, e com o objetivo de garantir que sejam respeitadas a "institucionalidade" e a "democracia" no Paraguai.

Patriota disse que a missão também exigirá que seja "respeitado" o "direito à defesa" de Lugo, que foi processado devido a um suposto mau desempenho de suas funções, agravado pelo enfrentamento no país entre policiais e trabalhadores rurais no dia 15, que terminou com 17 mortos.

Lugo afirmou hoje que não renunciará ao cargo e disse que se submeterá ao "julgamento político" promovido pelo Congresso "em todas suas consequências".

 

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