PUBLICIDADE

Patriota nega estremecimento em relação com república islâmica

Brasil não deve procurar diplomacia de Teerã para pedir explicações sobre dura crítica feita por assessor de Ahmadinejad

Por Lisandra Paraguassu e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, negou ontem que haja estremecimento nas relações entre Brasil e Irã, apesar das duras declarações de Ali Akbar Javanfekr, porta-voz do presidente Mahmoud Ahmadinejad, ao jornal Folha de São Paulo. O chanceler garantiu que tem mantido contatos normais com os iranianos. "Na reunião ministerial da OMC, recebi autoridades iranianas e identifiquei interesse numa boa relação comercial e política", afirmou. "Em Nova York, durante a Assembleia-Geral da ONU, mantive conversas com o chanceler (Ali Akbar Salehi), ele me telefonou depois para me cumprimentar pelo 7 de Setembro."Javanfekr, que além de porta-voz pessoal de Ahmadinejad é diretor da agência estatal de notícias Irna, disse que a presidente Dilma Rousseff "destruiu toda a relação construída pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".Internamente, no Itamaraty, a política é a do silêncio. Como em outros ataques, a diplomacia brasileira prefere não alimentar controvérsias. O Brasil também não vai procurar Teerã para saber o porquê dos ataques.As queixas iranianas sobre a posição do País no governo Dilma não são novas, mas nunca foram tão duras nem tão evidentes. Desde que Dilma, ainda recém-eleita, criticou a condenação à morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani - acusada de adultério e assassinato - abriu-se uma fissura no relacionamento. Depois disso, o País votou pelo envio de um relator da ONU para investigar a situação de direitos humanos no Irã. Além disso, Dilma não demonstrou até agora um interesse especial pelo Oriente Médio como seu antecessor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.