Paul Ryan diz que Romney irá recuperar a economia dos EUA

Em convenção republicana, congressista aceitou nomeação como candidato à vice-presidência

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TAMPA - O congressista Paul Ryan aceitou na noite de quarta-feira, 29, a nomeação republicana como candidato à Vice-Presidência dos Estados Unidos e assegurou que Mitt Romney e ele dispõem de um plano para levar a economia do país a uma reviravolta radical.Veja também:linkApós mulher de Romney, vice assume palco na convenção republicanalinkPara analista, republicanos querem Brasil mais 'firme' contra Chávezforum CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOKEm seu discurso na Convenção Nacional Republicana, repleto de críticas ao presidente Barack Obama, Ryan garantiu que ele e Romney estão prontos para governar e que resolverão "os problemas econômicos desta nação".

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Ryan denunciou reiteradamente a suposta "falta de liderança" e o "fracasso" do atual ocupante da Casa Branca. "Aceito o chamado da minha geração para dar aos nossos filhos os EUA que herdamos, com oportunidade para os jovens e segurança para os idosos, e sei que estamos prontos", disse Ryan.

Diante dos milhares de delegados que participam da convenção, o jovem congressista por Wisconsin assegurou que a dupla Romney-Ryan fortalecerá a classe média se vencer as eleições presidenciais de 6 de novembro. "Temos um plano para uma classe média mais forte, com a meta de gerar 12 milhões de novos empregos nos próximos quatro anos", ressaltou Ryan.Segundo ele, após quatro anos de "dar voltas", em alusão às "promessas não cumpridas" e aos "fracassos econômicos" do democrata Barack Obama, os EUA precisam "de uma volta por cima" e o homem para essa tarefa "é o governador Mitt Romney". Para Ryan, Obama "desperdiça" dinheiro em anúncios negativos, enquanto Romney "não se deixa levar por táticas rasteiras" porque é um homem de "personalidade e decência". "Obama herdou uma crise econômica e as pessoas gostaram de sua mensagem de mudança em 2008, mas a recuperação que prometeu não aparece em nenhum lado", avaliou.

Nesse sentido, criticou seu plano de estímulo econômico de 2009, a reforma da saúde de 2010 e os cortes de mais de US$ 700 bilhões no programa de assistência médica para idosos e aposentados (Medicare). Mas Ryan não mencionou que seu próprio plano orçamentário, se aprovado no Congresso, cortaria um montante similar do popular programa.Ryan é considerado um ortodoxo do rigor fiscal e do controle das despesas, e representa a aposta de Romney para cativar os setores mais conservadores do partido e, em particular, o movimento Tea Party.

Entre os dois integrantes da chapa republicana não há apenas uma evidente diferença de idade - Romney tem 65 anos e Ryan, 42 - mas também uma divergência ideológica, que pelo menos nesta quarta ficou silenciada.Ryan reiterou a promessa republicana de revogar a reforma da saúde promulgada por Obama em 2010, por considerar que essa medida impõe obrigações, impostos, cotas e multas "que não têm cabimento em um país livre". O discurso de Ryan foi precedido por oradores de peso, que completaram a mensagem de regeneração econômica do candidato a vice-presidente com alusões à necessidade de recuperar também a liderança em temas internacionais.A ex-secretária de Estado Condoleezza Rice, que foi a primeira mulher afro-americana a dirigir a diplomacia americana, resumiu a posição do partido em política externa: "se nós não liderarmos, ninguém o fará e haverá caos, ou os que o farão não terão nossos valores". "A paz vem da força", chegou a dizer Condoleezza, em discurso duro com Rússia e China por supostamente não permitirem a paz na Síria.Previamente, o senador republicano pelo Arizona e ex-candidato presidencial John McCain afirmou que Mitt Romney representa não só "a melhor esperança" para os EUA, mas também "para o mundo". Os EUA "não podem dar-se ao luxo" de deixar Obama emplacar um segundo mandato, avaliou McCain. "Encaramos uma opção com consequências, e não nos equivoquemos, é uma opção. Podemos escolher um roteiro de declive, rumo a um futuro que é mais sombrio e mais perigoso do que nosso passado, ou podemos escolher reformar nosso fracassado Governo, revitalizar nossa frágil economia e renovar os alicerces de nosso poder e liderança no mundo", acrescentou.McCain, que perdeu as eleições presidenciais em 2008 para Obama, centrou seu discurso em temas de defesa e política externa, destacando a liderança dos EUA no resguardo da democracia e no combate contra as doenças e a pobreza. "Lideramos desde a vanguarda, jamais desde a retaguarda. Isto é o que faz dos EUA uma nação excepcional. Não se trata só de quem somos, é o resultado do que fizemos", assinalou McCain.

 

 

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