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PC Chinês fará maior mudança de líderes em 13 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

O 16º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que começa amanhã em Pequim e termina no dia 14, designará as novas autoridades da China e fará a maior restruturação da liderança dessa gigantesca nação dos últimos 13 anos. Os 2.210 delegados, que representam 66 milhões de membros, se reunirão no Palácio do Povo, um imponente edifício de estilo soviético que fica ao lado da Praça da Paz Celestial. A praça, cenário da sangrenta repressão ao movimento estudantil de 1989, foi fechada ao público e enfeitada com bandeiras vermelhas e cartazes. Durante os sete dias de reunião, esses delegados, vindos de todas as partes do país, aprovarão um informe de orientação geral e elegerão um novo Comitê Central de aproximadamente 300 pessoas. Esse Comitê Central designará formalmente os governantes desse país de 1,3 bilhão de habitantes para os próximos cinco anos. Salvo uma surpresa de última hora, o secretário-geral do PCC, Jiang Zemin, de 76 anos, no cargo desde 1989, deverá ceder seu lugar a Hu Jintao, de 59 anos, que hoje foi encarregado de presidir o 16º Congresso do PCC. Para especialistas, o fato de ele ter sido escolhido para presidir os trabalhos do congresso reforça a teoria de que será nomeado o novo secretário-geral do PCC. Hu, número cinco na hierarquia do partido e vice-presidente da República, é considerado por todos os observadores como o provável sucessor de Jiang também na presidência do país. Li Peng, o número dois do partido, presidente do Parlamento e considerado um dos principais responsáveis pela sangrenta repressão estudantil de 1989, também deve retirar-se do poder, assim como Zhu Rongji, o número três do PCC e primeiro-ministro. Durante o congresso pretende-se rejuvenescer o birô político do país, além de incluir a teoria das "Três Representações" de Jiang nos estatutos do PCC. Segundo essa teoria, o Partido Comunista Chinês já não deverá representar unicamente os trabalhadores, camponeses e soldados, mas também as "forças de produção progressistas", isto é, a nova elite da economia privada, e a "cultura progressista" e a "grande massa do povo". Segundo os planos de Jiang, haverá a inclusão dos empresários privados, algo que não está sendo bem recebido pelos esquerdistas mais ortodoxos, apesar de ricos empresários estarem já há muito tempo nas fileiras do partido. Os novos líderes chineses herdarão uma economia estancada, um sistema bancário afetado por empréstimos incobráveis, dezenas de milhões de desempregados e uma indústria estatal que luta para ser lucrativa.

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