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PC chinês lança plano anticorrupção

Projeto prevê mais participação da imprensa na fiscalização do regime

Por Cláudia Trevisan
Atualização:

O Partido Comunista da China reiterou que a corrupção ameaça sua própria existência e lançou um plano para o período de 2008 a 2012 no qual prevê a intensificação do combate às irregularidades. Entre as medidas, está a orientação para que a imprensa tenha um papel mais ativo na supervisão do governo e do PC, mas apenas com "críticas construtivas" e nos limites previstos na legislação. Com a abertura econômica a partir de 1978 e a enxurrada de investimentos externos e domésticos, casos de pagamento de propina a funcionários comunistas estão se multiplicando. Sem um sistema judiciário independente e a imprensa submetida à estrita censura, o PC se vale de mecanismos internos de fiscalização para tentar controlar a corrupção e o abuso de poder de seus integrantes. Mas a sucessão de escândalos deixa claro a limitação do sistema. O próprio plano reconhece que a situação do país nesse terreno é "sombria" e a tarefa de melhorá-la, "árdua". Segundo o documento, o apoio da população ao partido depende do sucesso e da eficácia do combate à corrupção, que, por isso, é uma questão de "vida ou morte" para a organização. O mais recente caso de corrupção envolveu o desvio de recursos destinados às vítimas do terremoto na Província de Sichuan, o mais violento a atingir o país em três décadas. Nas últimas semanas, o governo central enviou 10 mil auditores à província, com a tarefa de verificar a utilização dos milhões de yuans enviados ao local por Pequim e governo estrangeiros. Além de prever maior atuação da imprensa na fiscalização do governo, o plano defende a realização de consultas públicas, o aumento da transparência do governo e maior participação "das massas".

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